Para mim é motivo de grande desvanecimento o fato de ter pertencido ao grupo que iniciou a Fundação Perseu Abramo, de cujo conselho editorial fui membro durante os seis primeiros anos de sua existência.

Para mim é motivo de grande desvanecimento o fato de ter pertencido ao grupo que iniciou a Fundação Perseu Abramo, de cujo conselho editorial fui membro durante os seis primeiros anos de sua existência.

Foi uma quadra de trabalho harmonioso, muito espírito de colaboração e muita esperança quanto aos efeitos do nosso esforço. Pessoalmente eu me sentia parte de uma tarefa que contribue de fato para realizar ideais. Quando consulto, por exemplo, a lista das publicações da Fundação, vejo que nesses quinze anos ela se tornou, no panorama editorial, uma força não apenas considerável, mas peculiar, porque difunde a cultura com inclinação para o lado dos temas e problemas que interessam à luta pela justiça social. Portanto, para mim, no rumo dos ideais.

Como socialista, entendo que a militância política é inseparável da constante aferição ideológica. É o que a Fundação tem contribuído para assegurar ao Partido dos Trabalhadores. O pragmatismo puro e simples, que o ronda com frequência, pode acabar desviando o rumo das melhores intenções se não houver a aferição, expressa por meio de instrumentos como o livro, o periódico, o opúsculo, a internet, os cursos e eventos de vários tipos. Ao contrário dos regimes que procuram anular a reflexão e a crítica, a democracia, sobretudo de tendência socialista, que deve ser o nosso alvo, se alimenta e se aperfeiçoa por meio da análise, do debate, da troca e da comparação das ideias, desde as modalidades mais simples até as mais complexas. A Fundação tem exercido de maneira a meu ver exemplar essas atividades, contribuindo para que o Partido dos Trabalhadores possa ser um agrupamento político capaz de pensar para agir e de agir no rumo da verdadeira justiça social, com lucidez bem fundamentada e vigilância em relação às armadilhas do caminho. 

*Antonio Candido é professor aposentado da Universidade de São Paulo e foi, de 1996 a 2002, presidente do Conselho Editorial da Fundação Perseu Abramo, cuja editora publicou o seu livro
Florestan Fernandes.

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