Estes 15 anos de existência da Fundação Perseu Abramo teve muita importância, não só para ajudar na formação ideológica na esfera partidária, política como também tem papel importante para a sociedade. Acho que é um instrumento de capacitação, de preparação e formação que tem que multiplicar sua ação para se transformar num instrumento mais poderoso.

Hoje na sociedade existe uma despolitização muito grande e a importância do desenvolvimento da questão cultural ligada a um projeto socialista, de disputa da hegemonia com a classe dominante. Inclusive em vários temas. Poderia pegar um, como reforma agrária, que vive um novo ciclo, pois o velho inimigo não é latifúndio, mas é o moderno agronegócio, uma reforma conservadora do escravismo colonial. E muita gente está enganada. Pensa que avançou o país no campo e o que se percebe é monopólio da terra, do grande latifúndio. O Brasil é um país com 150 milhões de quilômetro quadrados, a maior quantidade de terra agricultável do mundo, também com o maior índice de concentração de terra do mundo e se tem um índice de produtividade agrícola de 1976, enquanto existe a Embrapa altamente avançada. A grande mídia entra aí com um processo de colocar que isso é modernidade, quando não é. Isso é responsável pelo trabalho escravo, pela não democratização da terra, pela produção na base de transgênicos e veneno. Enquanto a humanidade todinha quer o produto da reforma agrária, o produto da agricultura familiar e comunitária, que é o produto orgânico, livre de agrotóxicos.

Então esse é um tema. Tem outros, como a questão da mulher, da juventude, da política num plano mais geral das instituições, da modernização. Inclusive, o que acho fundamental, é como faremos um debate – uma sugestão que dou aos companheiros e companheiras que estão à frente da Fundação Perseu Abramo – é a discussão da transição ao socialismo. O eixo da luta da disputa política hoje é o fim da pobreza e a reforma agrária é importante neste plano. Mas como é que vamos sair de um processo em que a gente ainda tem que fazer o assistencialismo, que na pática é isso e é uma necessidade, e não se transforma a estrutura? É uma discussão que sugeriria que seria um tema importante: o partido não ficar só discutindo eleições, só processos mais superficiais de quem vai ser o presidente, mas que a gente foque em questões nas quais a Fundação tem sido instrumento muito grande para compor o quadro de disputa ideológica dentro da sociedade com as pessoas conservadoras e retrógradas.
Parabéns à Fundação Perseu Abramo, a todas companheiras e companheiros que estão à frente, vamos jogar fundo e vamos avançar esse processo de transformação de nosso país.

 *Bruno Maranhão, membro do Diretório Nacional, PT/Pernambuco.

 

 

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