A semana na história – 13 a 19 de Fevereiro
17 de fevereiro de 1922 – São Paulo ganha Semana de Arte Moderna
A Semana de Arte Moderna foi evento artístico e cultural que ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, entre 13 e 18 de fevereiro de 1922. A proposta era apresentar uma nova estética artística para todos os campos das artes.
Intelectuais e artistas ligados a elite cafeicultora paulista se reuniram para apresentar uma arte que tinha como objetivo romper com os padrões artísticos até então vigentes. A Semana de 22, como é conhecida, iniciou a consolidação do modernismo no Brasil e a ruptura com movimentos anteriores.
Alvo de muitas críticas, a Semana de Arte Moderna só ganhou importância com o passar dos anos. Seu principal legado foi desprender a arte brasileira da reprodução de padrões europeus, dando início à construção de uma cultura essencialmente nacional.
Depois da morte de Mário de Andrade, em 1945, iniciou-se um movimento de recuperação do seu legado. Desde então, a semana foi canonizada e incensada como o momento de fundação de um universo de pensamento todo novo e genuinamente brasileiro.
Entre os artistas dessa geração estão Anita Malfatti, Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Guiomar Novaes, entre outros. Di Cavalcanti e Victor Brecheret são parte deste movimento e tiveram suas obras destruídas no recente atentado à democracia em Brasília.
19 de fevereiro de 1948 – Partidão lança dois jornais
Mesmo na ilegalidade, o Partido Comunista do Brasil (PCB) mantém-se ativo e lança dois jornais: o “Voz Operária” e o “Terra Livre”. O primeiro, voltado para as mobilizações operárias, divulga as teses do partido e do movimento comunista. O segundo nasce para ser o principal instrumento de mobilização do PCB no campo.
Seguindo a tradição leninista, o partido considerava a imprensa seu principal instrumento de agitação e propaganda. Desde a fundação, em 1922, jornais do PCB se sucederam, mas acabaram sendo fechados, pela repressão ou divergências internas.
18 de fevereiro de 1962 – De um racha no PCB, surge o PCdoB
A Conferência Nacional Extraordinária convocada por uma dissidência do Partido Comunista Brasileiro (PCB) aprova novo estatuto, elege um Comitê Central e se autoproclama a continuação da legenda fundada em 1922, o Partido Comunista do Brasil, que passa a usar a sigla PCdoB.
A formação de um novo partido comunista foi o resultado das divergências internas que vinham se acumulando desde o 20º Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), ocorrido em 1956, quando foram denunciados os crimes de Josef Stálin, morto três anos antes.
14 de fevereiro de 1978 – Comitê brasileiro amplia luta por anistia
É lançado no Rio de Janeiro o manifesto do Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA), que logo ganharia seções em outros estados. Formada a partir de uma articulação de advogados de presos políticos, a nova entidade ampliou a luta iniciada em 1975 pelo Movimento Feminino pela Anistia (MFPA), organizado por mães, esposas e filhas de presos políticos. Representações do comitê seriam criadas também no exterior.
O CBA agregou entidades da sociedade civil, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), e tinha como palavra de ordem “anistia ampla, geral e irrestrita”. A luta era pela devolução dos direitos políticos aos cassados, a extinção dos processos pela Lei de Segurança Nacional, a libertação de todos os presos políticos e o retorno dos brasileiros banidos do país e que estavam exilados.
A luta pela anistia tornou-se uma das principais bandeiras democráticas ao longo de 1978. Foi popularizada pelo apoio de intelectuais e artistas, como o cartunista Henrique Souza Filho, o Henfil, irmão do ex-dirigente da Ação Popular (AP) Herbert de Souza, exilado no Canadá. Henfil publicava semanalmente na revista “IstoÉ” cartas para sua mãe, Maria de Souza, nas quais expunha o drama das famílias de presos e exilados.
19 de fevereiro de 2018 – Protestos contra reforma de Temer
O Dia Nacional de Lutas contra a Reforma da Previdência convocado pela CUT, demais centrais sindicais e apoiada pelos movimentos sociais das Frente Brasil Popular e Frente Povo Sem Medo, mobilizou, em todas as regiões do país, milhares de trabalhadores de diferentes categorias contra a nefasta Reforma da Previdência, criada pelo governo Temer.
A pressão da classe trabalhadora obrigou o então presidente Michel Temer, a retirá-la da pauta do Congresso Nacional, onde uma proposta estava em vias de ser votada.
Mais de 20 mil pessoas ocuparam a Avenida Paulista, em São Paulo, naquele dia 19 de fevereiro, em protesto contra a reforma. No Rio de Janeiro, a manifestação teve início por volta das 17h na Praça da Candelária e, de lá, os participantes seguiram em marcha pela Avenida Rio Branco.
Entre tantas afrontas contidas na reforma está o aumento substancial do tempo de contribuição previdenciária de homens e mulheres, levando-os a condição de trabalharem até quase à morte para tentarem o recebimento de aposentadorias minúsculas.