Fito na Netflix
Trinta anos depois de ‘El amor después del amor’, o disco de Fito Páez que revolucionou o rock argentino e marcou uma geração, agora a história do compositor vira uma minisérie que ganha o mundo
O rockstar argentino Fito Páez, um gênio que virou estrela da música pop portenha ganhou agora uma biografia transformada em minisérie de oito capítulos na Netflix. A obra é baseada nas memórias do cantor e compositor que nasceu em Rosário e cuja vida teve tantos altos e baixos que parece ter saído de um livro de ficção — suas avós foram assassinadas em um crime bárbaro que paralisou o país, sua mãe pianista morreu quando ele era criança de câncer e o pai, assim que ganhou a vida adulta.
Chamado “El amor después del amor”, a biosérie mostra como o garoto de Rosário, cujo talento musical era uma herança materna, deixou a cidade de Che Guevara no começo dos anos 80 para ir viver em Buenos Aires, ganhou a amizade de Charly Garcia, em cuja banda funcionava como segundo tecladista e, em menos de 10 anos, virou a maior estrela da música pop argentina.
Seu disco “El amor después del amor”, lançado em 1º de junho de 1992 ainda hoje, 30 anos depois, é o álbum mais vendido da história do rock da Argentina. Suas letras ainda emocionam os próprios músicos que fizeram parte das gravações. Ele já foi gravado por Caetano Veloso, os Paralamas do Sucesso e encanta multidões na América Latina e Europa.
A jornada de Fito e seu desenvolvimento como pessoa e artista é profundamente perturbadora, ainda mais tomando conhecimento das muitas tragédias que viveu e como levou isso a promover uma reviravolta e tocar o céu com as mãos quando lançou o disco mais vendido da história do rock. A série é incrivelmente instigante porque coloca o espectador junto com ele em um túnel do tempo, com direito a encontros com Charly, Luis Alberto Spinetta, Fabiana Cantilo e Andrés Calamaro.
Também é possível encontrá-lo no começo da carreira quando inicia a vida artística no circuito underground de Rosário. Ele atuou como tecladista na banda de Juan Carlos Baglietto, um dos fundadores do movimento chamado trova rosarina, onde participou da gravação de três discos, entre eles o clássico “Tiempos difíciles” de 1981, onde gravou suas primeiras composições.
Em pouco mais de dez anos, ele alcança o estrelato com o disco de 1992, fortemente influenciado pelo segundo amor de sua vida: a atriz Cecília Roth, estrela de alguns filmes do cineasta argentino Pedro Almodóvar e que serviu de musa para a concepção do álbum. “Seu amor abriu uma ferida porque tudo que te faz bem sempre te faz mal. Seu amor mudou minha vida para sempre como um raio, pelo que foi e será”, cantou Fito para a amada. A história de amor durou mais de uma década. (OCN)