Dessa vez, ataque ocorreu numa creche em Blumenau (SC). Um homem de 25 anos invadiu o estabelecimento com uma machadinha e matou quatro crianças, deixando outras quatro feridas. Ele se entregou à polícia. Lula classificou o episódio de “monstruosidade”

Uma nova tragédia
VIOLÊNCIA Assassino pulou o muro da creche Bom Pastor, em Blumenau, e atacou crianças com uma machadinha

A notícia correu o mundo na última quarta-feira, 5. Um homem de 25 anos, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022, invadiu uma creche em Blumenau (SC) com uma machadinha, matando quatro crianças e ferindo pelo menos outras quatro. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou o atentado como uma “monstruosidade” e “tragédia inaceitável”.

“Não há dor maior que a de uma família que perde seus filhos ou netos, ainda mais em um ato de violência contra crianças inocentes e indefesas. Meus sentimentos e preces para as famílias das vítimas e comunidade de Blumenau diante da monstruosidade ocorrida na creche [Cantinho] Bom Pastor”, escreveu Lula, nas redes sociais.

O agressor, identificado como Luiz de Lima, se apresentou 10° Batalhão de Polícia Militar, onde foi preso e encaminhado à Polícia Civil. Aparentemente, ele não tem qualquer ligação com o centro, que oferece serviços de creche, educação infantil e atividades extracurriculares a crianças de 1 a 7 anos. As quatro crianças mortas tinham entre 5 e 7 anos.

O chefe da Polícia Civil do estado de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, confirmou que o agressor era um homem de 25 anos, do vizinho estado do Paraná. Ele vai responder por homicídio e tentativa de homicídio. A polícia acredita que o ataque foi um ato isolado e não relacionado a outros crimes.

Imagens veiculadas nas redes sociais mostravam pais chorando do lado de fora da creche particular Cantinho do Bom Pastor. O ataque ocorreu no playground do centro, segundo a afiliada local da Rede Globo de Televisão, NSC. A emissora mostrou uma foto do suspeito com a cabeça raspada. 

Uma nova tragédia
DOR Bruno Bride (de camisa branca) estava inconsolável diante da morte do filho Bernardo, de 5 anos. Ele deixou o filho na creche na manhã de quinta, 5

Os ataques a escolas no Brasil têm ocorrido com maior frequência nos últimos anos. No final de março, houve um ataque a uma escola da Vila Sônia, na Zona Oeste de São Paulo, quando um adolescente de 13 anos matou uma professora e deixou cinco feridos.

Em maio de 2021, outro ataque a uma creche ocorreu também no estado de Santa Catarina. Um assaltante usou uma adaga para matar três crianças menores de 2 anos e dois adultos.

De 2000 a 2022, 16 ataques ou episódios violentos aconteceram em escolas, quatro deles no segundo semestre do ano passado, segundo relatório de pesquisadores liderados por Daniel Cara, professor de educação da Universidade de São Paulo. Os pesquisadores prepararam o relatório para o governo do presidente Lula.

O Ministério da Educação planeja criar um grupo para desenvolver uma política nacional de combate à violência nas escolas. O anúncio foi feito pelo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta. O grupo de trabalho deve envolver os ministérios da Educação, Direitos Humanos e Cidadania, Justiça e Segurança Pública e Secretaria-Geral da Presidência. “A ideia é valorizar na sociedade uma cultura de paz, uma cultura de não violência”, disse Pimenta.  •