“Não vou desistir até o povo comer três vezes por dia”, diz Lula ao relançar o programa de Aquisição de Alimentos, que compra produtos da agricultura familiar e faz chegar aos mais pobres

COMPROMISSO Presidente Lula segura nas mãos abóbora plantada por agricultores familiares em Pernambuco

Em mais uma medida para a reconstrução do Brasil, depois de quatro anos de destruição das políticas de bem-estar social, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou, na quarta-feira, 22, no Recife, a medida provisória que recria o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O programa foi desmanchado por Jair Bolsonaro, com perdas crescentes de recursos.

Nessa nova fase, o governo federal vai investir R$ 500 milhões para comprar alimentos produzidos por agricultores familiares de todo o Brasil. Os produtos serão distribuídos gratuitamente para famílias carentes, por meio de uma rede de assistência social, e utilizados também em restaurantes comunitários e outros locais que atendem a população mais pobre.

“Nós voltamos a governar este país para mudar a história”, disse Lula. “Quem nunca passou fome não sabe quanta falta faz comer. Se Deus me fez chegar até aqui, não vou desistir antes de cumprir a profecia de que esse povo tem que comer três vezes por dia”, completou.

Ao adquirir alimentos dos pequenos produtores e garantir a distribuição de comida, o PAA consegue, ao mesmo tempo, melhorar a vida dos agricultores, combater a fome com alimentos saudáveis e fortalecer a economia dos pequenos municípios. O programa foi um dos instrumentos para que o Brasil saísse do Mapa da Fome em 2012, durante o governo Dilma Rousseff.

Nessa nova fase, o programa vai dar especial atenção a mulheres, indígenas e quilombolas que tiram seu sustento do campo. Foram criadas facilidades para que povos indígenas e comunidades tradicionais se tornem fornecedores do PAA. E estão previstas medidas para que o percentual de mulheres produtoras cadastradas chegue a, pelo menos 50%.

“O que anunciamos hoje é um passo muito importante para a melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro e na vida do povo que trabalha na agricultura. Já fizemos isso uma vez, e agora vamos fazer com muito mais competência, disposição e rapidez”, disse.

O início do novo PAA foi simbolizado com a entrega do cartão de pagamento do programa ao produtor Daniel Silva, membro da Rede Produtiva de Avicultores de Caruaru (PE). Ele recebeu o cartão pelo qual poderá gerenciar os recursos pagos a ele das mãos do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, e da presidenta do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.

“A palavra de ordem é esperança, porque esse dia chegou e nós temos que agradecer a Deus por Lula estar aqui hoje. Não é só o agricultor que ganha com o PAA. A gente também leva alimentação para quem mais precisa. Precisamos tirar o Brasil mais uma vez do Mapa da Fome”, lembrou Silva.

A agricultora Maria José da Silva, do município de Ribeirão, contou que participa da Associação de Moradores e Agricultores do Engenho Progresso, formado quase totalmente por mulheres que, hoje, produzem alimentos que chegam por meio da Conab-PE a mais de 3 mil famílias da região.

“Quem tem fome tem pressa. No dia da entrega de alimentos nos bairros, vemos a alegria estampada nos rostos. Já vi pessoas chorando porque em casa não tinham o que comer. São pessoas que hoje contam os dias para receber os produtos. Estamos alimentando quem precisa”, disse.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, lembrou que, além dos R$ 500 milhões investidos no PAA, a agricultura familiar está sendo beneficiada com outras iniciativas.

Uma delas é o reajuste do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que destinará pelo menos 30% dos recursos à compra de produtos locais para compor a merenda escolar. 

Além disso, todos os órgãos públicos federais, na hora de comprar alimentos, também devem adquirir o mesmo percentual, no mínimo, da agricultura familiar.

“Foram seis anos de destruição, mas o dia chegou. Vai voltar o Programa de Aquisição de Alimentos. É alimento fresco na mesa do povo”, disse.

Falando antes de Lula, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), disse que programas como o PAA são fundamentais no combate à desigualdade. “Cada política pública lançada pelo senhor aqui, será nossa política pública também, para chegar à vida da população”, garantiu. •

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