A atuação do governo brasileiro só voltou a contemplar medidas de amparo e proteção aos povos indígenas depois que Lula assumiu a Presidência da República. No dia 16, ele foi pessoalmente a Roraima acompanhado de ministros para ver a situação do povo ianomâmi, preocupado com os relatos que ouviu da equipe da ministra da Saúde, Nísia Trindade. Lula ficou chocado com o que presenciou no hospital público montado em Boa Vista para atender aos ianomâmis resgatados pela equipe do governo: “É desumano o que eu vi aqui”, lamentou o presidente.

Entre as ações emergenciais adotadas por Lula, o governo anunciou o envio de profissionais de saúde e a criação de hospitais de campanha para atender aos pacientes colhidos nas aldeias com graves sintomas de desnutrição e malária. Segundo o secretário de Saúde Indígena do ministério, Ricardo Weibe Tapeba, mais de 1 mil indivíduos já foram resgatados em situação de extrema vulnerabilidade das aldeias na área indígena.

No dia 26, o governo dos Estados Unidos afirmou que está “muito preocupado com a situação humanitária e de saúde dos ianomâmis”. As imagens de crianças e adultos em estado grave de desnutrição, e com doenças como malária e verminoses, causaram consternação no mundo.

Um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA declarou que o governo Lula ainda avalia o escopo da crise humanitária e medidas adicionais que poderiam ser apropriadas, mas assegurou que “o governo dos EUA está pronto para ajudar de qualquer maneira possível”.

Nesta segunda-feira, 29, equipes dos ministérios do Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Regional e Saúde chegam em Roraima para colocar em prática um plano integrado com o governo do estado para dar assistência ao povo ianomâmi. O envio das equipes foi articulado com o governador de Roraima, Antônio Denarium. O objetivo é solucionar a grave crise humanitária. •

`