O genocídio deliberado do povo ianomâmi era uma tragédia anunciada no governo de Jair Bolsonaro. O capitão nunca negou seu desapreço pelos povos originários. Sua campanha eleitoral já em 2018 apontava esse caminho. “A visão de um líder indígena não representa a de todos os índios (sic) brasileiros. Muitas vezes alguns desses líderes, como o cacique Raoni, são usados como peça de manobra por governos estrangeiros na sua guerra informacional para avançar seus interesses na Amazônia”, disse.

O apoio entusiasmado à reeleição de Bolsonaro por produtores de soja que roubam terras indígenas, assim como garimpeiros, pescadores e desmatadores — todos atuando ilegalmente — na Amazônia e na região do Pantanal, não era uma mera opção ideológica. Era a consagração do “passar a boiada” como propalava o então ministro Ricardo Salles, na fatídica reunião ministerial de abril de 2020.

Esses elementos formam uma das principais bases de apoio à ocupação das portas dos quartéis, após a derrota de Bolsonaro. E, vários personagens desse conluio criminoso estavam por trás dos eventos do 8 de janeiro. Como partícipes ou financiadores.

A pronta resposta do governo federal no socorro aos Ianomâmi, com o presidente Lula levando ao epicentro da tragédia parte de sua equipe ministerial, aponta a mudança de rota.

No mesmo dia, as Forças Armadas aportaram os mantimentos e medicamentos aos indígenas, assim como o uso de aeronaves para transportar aqueles que se encontravam com risco de morte.

O rápido atendimento e as medidas de emergência tomadas ao calor da hora são a demonstração de que Bolsonaro poderia ter evitado a tragédia, em vez de atuar deliberadamente, com sua omissão, pelo extermínio daqueles povos.

A hora agora é de retirar os agentes criminosos que atacam as florestas, os rios e o solo da Amazônia. O novo governo deve fortalecer novamente o Ibama, o ICMbio e a Funai.

Este é o caminho! •

`