Uma mulher indígena ianomâmi que teve sua imagem divulgada em grave estado de desnutrição logo após a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Boa Vista, capital de Roraima, em 16 de janeiro,  não resistiu e morreu. A informação foi divulgada pela Urihi Associação Yanomami em nota à imprensa. A entidade pediu que a foto da mulher, que estava em grave estado de desnutrição, não seja mais compartilhada, em respeito a questões culturais.

“Na cultura ianomâmi, após o falecimento, não pronunciamos o nome da pessoa, queimamos todos os seus pertences, e não permitimos que fotografias permaneçam sendo divulgadas”, explicou a associação, em nota. “Estamos vivenciando uma crise humanitária, e sabemos que o governo se mobilizou buscando ações que ofereçam todo o suporte que a população necessita neste momento. É um momento triste, mas continuamos com toda força para que os ianomâmis tenham sua dignidade de volta”.

No ano passado, outro relato sobre a invasão às terras ianomâmis que chocaram o Brasil foi o da mulher indígena que acusou garimpeiros de promoverem estupros coletivos nas aldeias. “Por que os garimpeiros comem as vaginas das mulheres ianomâmis?”, questionou a mulher em reportagem-denúncia da jornalista Talita Bedinelli, veiculada pelo site de notícias Sumaúma. O texto voltou a ser compartilhado com intensidade nas redes sociais. E mostra como Bolsonaro permaneceu omisso diante dos reiterados alertas de que a situação na terra ianomâmi era grave. •

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