Ex-ministro da Justiça é detido em Brasília ao desembarcar dos Estados Unidos. A prisão foi pedida pela AGU e acolhida pelo Supremo Tribunal Federal

O ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que estava no comando da segurança pública em Brasília durante a invasão de prédios do governo no domingo, 8 de janeiro, foi preso em Brasília no sábado sob suspeita de “omissão” e “conivência”. Ele foi preso após retornar ao Brasil no sábado, 14, vindo dos Estados Unidos. Ele estava de férias na Flórida, o mesmo estado americano para o qual o ex-presidente Jair Bolsonaro viajou depois de perder a eleição do ano passado.

Segundo passageiros, o ex-ministro saiu do avião escoltado por policiais federais antes dos demais viajantes. A Polícia Federal confirmou que Torres recebeu voz de prisão no hangar da corporação. Em seguida, foi levado do aeroporto para o 4º batalhão da Polícia Militar do DF, onde permanece provisoriamente. Às 9h33, a PF divulgou nota oficial e informou que a investigação segue em sigilo.

O ex-ministro disse na quinta-feira que as provas produzidas pela polícia foram retiradas do contexto quando sua casa foi invadida esta semana. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, ordenou a prisão de Torres na terça-feira, 10, citando a “omissão”, que teria sido alertado pelo risco à segurança do Distrito Federal diante da possibilidade de ataque às instituições por apoiadores do ex-capitão do Exército, inconformados com a derrota em outubro.

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse no início da semana que “as diversas omissões, supostamente dolosas, cometidas pelos responsáveis pela segurança pública no Distrito Federal contribuíram para a prática de atos terroristas” no domingo.

A polícia anunciou ter encontrado um projeto de decreto na casa de Torres na quinta-feira, 12, que parecia ser uma proposta para interferir no resultado da eleição de outubro. Segundo Torres, o documento “vazou fora de contexto” após ser apreendido quando em sua residência. Ele alega que o texto estaria “em uma pilha de papéis a serem descartados”.

“Tudo seria levado para ser destruído no devido tempo”, alegou o ex-ministro em um post no Twitter na quinta-feira. Ao saber da ordem de prisão determinada por Alexandre de Moraes, Torres disse no Twitter que interromperia as férias e voltaria ao Brasil para se entregar. •

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