Editorial – O fascismo continua vivo
As recentes decisões do ministro do STF, Alexandre de Moraes, também presidente do TSE, no âmbito do inquérito das fakes news demonstram a abrangência das organizações criminosas que pedem a ruptura da ordem democrática.
Armas de grosso calibre como fuzis, submetralhadoras e pistolas automáticas encontradas pela PF, apontam que a clara instigação ao crime saiu da categoria do discurso e se arremete para os atos preparatórios, cujo “ensaio geral” foram os atos terroristas que aconteceram em Brasília, no último dia 12.
O silêncio condescendente de Jair Bolsonaro, assumindo o figurino talhado por Donald Trump quando da derrota para Joe Biden, que dizia que não iria abandonar a Casa Branca, é ensurdecedor. A recepção com sucos e canapés oferecidos pela primeira-dama Michele Bolsonaro aos descontentes e golpistas no Palácio do Alvorada é mais um ato da “ópera bufa” encenada em Brasília.
Os golpistas brasileiros de tão subservientes aos desatinos de Steve Bannon e Donald Trump nem conseguem disfarçar a sabujice tupiniquim. É risível a estética dos “patriotas” que, vivendo em um mundo distópico e paralelo, fariam corar de espanto George Orwel e H.G.Wells, pois até aos alienígenas eles têm pedido socorro.
Seria banal se não fosse engendrado por um esquema de financiamento ilegal perpetrados por “empresários” de vários ramos, interessados na continuação da “passagem da boiada” implementada pelo atual governo. O recrutamento de indivíduos à soldo, a oferta de comida e bebida farta nos “acampamentos” deslindam as ações criminosas.
É lamentável que as autoridades policiais de alguns estados, bem como do MPF continuem fazendo vista grossa para a proliferação do golpismo. É intolerável que uma democracia duramente conquistada depois de 21 anos de ditadura fique a mercê de vivandeiras de quartéis país afora. O Brasil e o mundo exigem que a democracia prevaleça. Para isso é preciso enquadrar o fascismo e colocá-lo na lata do lixo da história. •