Festival do futuro, festa da posse de Lula, vai ocupar a Esplanada no dia 1º de janeiro. Além das cerimônias oficiais, shows devem começar a partir de 18h30, sem hora para acabar. É um festival para começar 2023 com muita música, alegria e esperança

No dia 1º de janeiro de 2023, quando o presidente Lula toma posse oficialmente em Brasília, são esperadas pelo menos 350 mil pessoas na cidade. Caravanas de todo o Brasil estão sendo organizadas para chegar à capital de ônibus, vans, carros particulares e avião. De acordo com Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Distrito Federal (ABIH-DF), a taxa de ocupação nos estabelecimentos já superava o índice de 70% no final de novembro.

O Festival Brasil do Futuro – A Alegria Vai Tomar Posse começa às 12h na Esplanada dos Ministérios e terá entrada gratuita. Enquanto ocorrem os eventos da cerimônia oficial — o desfile em carro aberto, a ida ao Congresso para ser recebido e reconhecido como novo chefe do Executivo pelos presidentes da Câmara e do Senado. No Congresso, Lula fará um pronunciamento oficial e haverá em seguida a transmissão da faixa presidencial.

TRIBUTO O Festival Brasil do Futuro – A Alegria Vai Tomar Posse homenageia Elza Soares e Gal Costa, lembradas com o nome de cada dos dois palcos, que reunirá artistas da MPB que vão do rock ao gospel, do samba ao hip hop

Às 18h30, começam os shows, que vêm sendo chamados de LulaPalooza. Os apresentadores serão a atriz Titi Müller e o ator e humorista Paulo Vieira. O line-up não podia ser mais variado. Veteranos e velhos companheiros de jornada, como Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Jards Macalé, Geraldo Azevedo e Odair José.

Da Bahia, já havia sido convidada Margareth Menezes — agora ministra da Cultura —, uma das vozes mais potente do samba-reggae. Além disso Duda Beat, Baiana System, Os Gilsons e, claro, Juliano Maderada — “tá na hora, tá na hora, do Jair… Já ir embora”, um dos arrrochas que incendiou a campanha, entre vários outros que ele compôs.

Tem ainda muito da diversidade brasileira com a paraense Gaby Amarantos, os pernambucanos Otto e Almério e a rainha das lives durante a pandemia, a sambista Teresa Cristina. Roqueiros como os paulistanos Paulo Miklos e Tulipa Ruiz, a mineira Fernanda Takay também estarão lá.

Grandes damas da MPB, como Zélia Duncan e Maria Rita, mais a artista trans Pablo Vittar e a rainha do funk carioca Valesca Popozuda, devem dar o tom divas. E se Chico Buarque, Gilberto Gil e Caetano Veloso não confirmaram presença devido à incompatibilidade de agendas, o pastor evangélico Kleber Lucas estará lá para cantar “Deus Cuida de Mim”, canção composta em parceria com Caetano.

A festa da posse de Lula vai incluir dois palcos onde os artistas estarão se dividindo para entreter a plateia. A programação de shows começa logo após a posse institucional, por volta das 18h30 e homenageia duas grandes artistas brasileiras: Elza Soares e Gal Costa. Cada palco receberá o nome das duas cantoras.

Elza Soares faleceu em 20 de janeiro de 2022, aos 91 anos de idade, de causas naturais, em sua casa. “Foi uma morte tranquila, sem traumas, sem motivo. Morreu de causas naturais. Esse, aliás, era um grande medo dela: ter uma morte sofrida, por doença. Hoje, ela simplesmente desligou”, informou a assessoria de imprensa.

Já Gal Costa morreu em 9 de novembro deste ano, aos 77 anos, em São Paulo. Ela havia dado uma pausa em shows, após passar por uma cirurgia para retirar um nódulo na fossa nasal direita.

SURPRESA Coordenadora da festa da posse de Lula, a primeira-dama Janja da Silva descobriu que o Roll Royce da Presidência foi danificado quando Bolsonaro assumiu o cargo. Mas os shows estão garantidos dia 1º

Carro quebrado

Na semana passada, a futura primeira-dama, Janja da Silva, que coordena a equipe que está produzindo a posse de Lula, teve uma surpresa. O Rolls Royce, carro no qual os presidentes desfilam em aberto desde a posse de Juscelino Kubitschek está com banco danificado desde 2019, quando Carlos Bolsonaro desfilou no carro aberto com Jair e Michelle e meteu o sapato no estofado do carro, fabricado 70 anos atrás. Janja disse que estão estudando a possibilidade de o desfile ser realizado em outro carro, caso o dano não possa ser consertado.

A outra dúvida é se o presidente derrotado vai passar a faixa presidencial. Desde a derrocada em 30 de outubro, Jair anda mudo, amuado, fazendo aparições públicas curtas e enigmáticas, que os bolsonaristas concentrados em estradas ou na frente de quartéis, interpretam dos jeitos mais absurdos.

Na última semana, depois da cerimônia de diplomação de Lula, havia grande expectativa de um pronunciamento do atual presidente. Não houve, ele apenas passeou no jardim do Palácio da Alvorada e deu um “boa tarde”. Ao final do dia, bolsonaristas inconformados com a prisão do falso cacique Serere Xavante, foram para a frente do prédio da Polícia Federal, tentaram invadir o edifício e deixaram um rastro de destruição, queimando carros e ônibus.

O problema da faixa presidencial, ritual que não é necessário, mas simbólico, é ainda mais complexo. Bolsonaro disse a aliados que não vai passar a faixa para Lula. A equipe que organiza a posse, liderada por Janja, teme que o capitão “suma” com a faixa. Claro que isso não impedira Lula de tomar posse, com ou sem faixa.

Depois, o novo presidente se encontra com autoridades internacionais e chefes de Estado. Até agora confirmaram presença na posse pelo 17 líderes de outros países. Toda essa parte oficial será transmitida em telões espalhados pela Esplanada.

Já confirmaram presença Frank-Walter Steinmeier, presidente da Alemanha; João Lourenço (Angola), Alberto Fernández (Argentina), Luis Arce (Bolívia), José Maria Neves (Cabo Verde), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), Rodrigo Chaves (Costa Rica), Umaro Sissoco Embaló (Guiné-Bissau), Marcelo Rebelo de Sousa (Portugal) e José Ramos-Horta (Timor Leste).

Também informaram que virão a Brasília o Rei da Espanha, Carlos, e os presidentes do Suriname, Uruguai e Zimbábue. Além desses, o vice-presidente do Panamá, o secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e os ministros de Relações Exteriores da Costa Rica, do México, da Palestina e da Turquia.

Segundo o embaixador Fernando Igreja, que integra a coordenação de organização da posse, o convite foi feito a todos os países com quem o Brasil mantém relações diplomáticas e o Itamaraty continua recebendo as confirmações. Atualmente, o Brasil mantém relações diplomáticas com mais de 190 países. •

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