O Partido dos Trabalhadores foi fundado em 10 de fevereiro de 1980, no contexto das intensas mobilizações sociais pela redemocratização que marcaram a história política e social brasileira, a partir da segunda metade da década de 1970.  

Seus protagonistas, homens, mulheres, brancos, LGBTQIA+, negros e indígenas, de todas as idades e regiões do país – estudantes, metalúrgicos, petroleiros, bancários, seringueiros, pescadores, professores, artistas, jornalistas, funcionários públicos, trabalhadores rurais, agricultores, donas-de-casa, intelectuais, militantes de esquerda, religiosos e outros – lutavam por melhores condições de vida, salário, trabalho, educação, moradia, transportes, saúde, e por bandeiras políticas como a anistia e o retorno ao Estado de Direito.  

Após 42 anos, de muita luta e imensa contribuição à democracia e ao país, há muito o que comemorar.  

O PT conta atualmente com um milhão e seiscentos mil filiados e filiadas. Tem muito orgulho da sua história de mobilização e organização das lutas pela emancipação dos trabalhadores e trabalhadoras; e do enfrentamento que faz das imensas desigualdades sociais brasileiras e por direitos universais e cidadania, na construção de um projeto de desenvolvimento econômico, social, cultural e ambientalmente sustentável. 

Esse projeto, no plano nacional, foi interrompido por um golpe jurídico, midiático e parlamentar que culminou, em 2016, no afastamento da Presidenta Dilma Rousseff, reeleita pela maioria da população brasileira. Uma afronta ao Estado Democrático de Direito. 

Mas o golpe não parou por aí e, a partir de 2016, a grande vítima foi o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um patrimônio do PT e do Brasil, um estadista reconhecido internacionalmente, que terminou seu mandato, em 2010, com índice de aprovação de 87%, o maior da nossa história. Desde então, a população brasileira sofre as consequências e assiste ao desmonte do Estado, ao recrudescimento do autoritarismo e à permanente crise econômica que exclui parcelas significativas do povo e estimula sua divisão por meio de desinformação, obscurantismo e negacionismo. 

Lula passou a ser brutalmente criminalizado e injustamente condenado. Em 2021, sua liberdade foi assegurada pelo STF e seus direitos políticos foram plenamente restabelecidos. Hoje é portador de um grande legado e da esperança no futuro. 

Nas palavras de Milton Nascimento, em sua Cancion por La Unidad Latino-americana, “…a história é um carro alegre, cheia de um povo contente que atropela indiferente, todo aquele que a negue; é trem riscando trilhos, abrindo novos espaços, acenando muitos braços, balançando nossos filhos…”  

O Brasil encontra-se numa encruzilhada histórica onde vencer significa derrotar o caminho que vem aprofundando a barbárie, o obscurantismo e a miséria. Neste 2022, há sinais de que a esperança avança e pode, mais uma vez, vencer o medo. E o caminho da esperança para o PT é o dos direitos sociais, da justiça e da democracia.


É nessa conjuntura que o Partido dos Trabalhadores e a Fundação Perseu Abramo (FPA) comemoram mais esse aniversário do PT, apresentando a exposição PT 42 anos, a retomada da esperança.  

Organizada pela equipe do Centro Sérgio Buarque de Holanda, em parceria com a Comunicação e as outras áreas da FPA, a exposição busca retratar alguns dos principais momentos dessa construção coletiva, através de documentos dos acervos do PT e da Fundação Perseu Abramo, sob a sua custódia. 

Esperamos que as inevitáveis lacunas estimulem a preservação, a organização, a doação e a pesquisa dos documentos que registram essa experiência, contribuindo, assim, para a construção de histórias mais abrangentes do PT que deem conta de sua riqueza e complexidade. 

Relembrar os episódios desse percurso, tão decisivos para a história brasileira e latino-americana, permite o reencontro com essa experiência coletiva, e a afirmação do extraordinário desafio de seguir construindo um partido voltado à superação de qualquer forma de opressão e desigualdade. 

Ao final da exposição, lançamos a campanha Memória da Militância, estimulando filiados e filiadas a enviar documentos digitalizados que registrem experiências militantes de construção do PT, para que integrem o Sistema de Acervos do PT (SIAC), contribuindo para que as gerações mais novas dialoguem com essa história e, também, para que pesquisadores, jornalistas e outros profissionais, nacionais e internacionais, acadêmicos ou não, acessem essas fontes e multipliquem estudos, reportagens e olhares sobre essa experiência. 

Essa é nossa forma de celebrar. 


Aloizio Mercadante
Presidente da Fundação Perseu Abramo

Elen Coutinho
Diretora da Fundação Perseu Abramo/Centro Sérgio Buarque de Holanda

Equipe do CSBH, Comunicação FPA e colaboradores

Diretora responsável

Elen Coutinho
Fundação Perseu Abramo/Centro Sérgio Buarque de Holanda

Curadoria

Maria Alice Vieira
Centro Sérgio Buarque de Holanda

Produção

David da Silva Júnior
Comunicação da Fundação Perseu Abramo

Adriana Marinho, Rafael Valente, Sarkis Alves e Vanessa Nadotti
Centro Sérgio Buarque de Holanda

Edição de texto e arte

Ligia Vieira

Tatiana Carlotti


Desenvolvimento do site

Hacklab


Colaboração

André Oliveira, Daisy Barreta, Debora Baldin, Ioná Gabrielli e Mariângela Araújo


Agradecimentos

Nas figuras de Ricardo Stuckert e Roberto Stuckert Filho, que cederam grande parte das imagens dessa exposição, agradecemos todas as fotógrafas e fotógrafos que cederam suas imagens, garantindo que este trabalho se concretizasse.

Qualquer omissão de créditos, basta entrar em contato com [email protected]