A semana na história – 6 a 12 de fevereiro
9 de fevereiro de 1912 – Nasce em Corumbá Apolônio de Carvalho
Em 9 de fevereiro de 1912, nasce em Corumbá, no então estado do Mato Grosso, Apolônio de Carvalho, militante comunista brasileiro, que participou de inúmeras lutas pela liberdade dos povos ao redor do mundo ao longo de sua vida. O militante comunista foi chamado de “um herói de três pátrias”, pelo escritor baiano, e é considerado um dos maiores nomes da luta internacionalista.
A trajetória de Apolônio inspirou o personagem Apolinário no livro “Subterrâneos da liberdade”, de Jorge Amado. Na obra, assim como Apolônio, o personagem Apolinário participou de três movimentos revolucionários: a Intentona Comunista (1935), a Guerra Civil espanhola (1936-1939) e a Resistência Francesa (1940-1944).
Em 1933, Apolônio ingressou na Escola Militar e tornou-se tenente do Exército. Entrou para a Aliança Nacional Libertadora (ANL), que reunia democratas, socialistas e comunistas contra os avanços da extrema-direita. Em junho de 1935, a ANL foi declarada ilegal.
Apolônio foi preso pela primeira vez e perdeu a patente de tenente. Ao ser solto, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), em 1937. Naquele mesmo ano, viaja para a Espanha, para lutar contra o ditador Francisco Franco na Guerra Civil espanhola.
Depois de ter lutado no movimento da Resistência Francesa durante a Segunda Guerra, retorna ao Brasil, em 1946. Durante a ditadura militar, em 1969, foi preso e torturado.
Um ano depois, estava entre os 39 presos políticos que foram libertados após o sequestro do embaixador alemão Ehrenfried von Holleben, pela Vanguarda Popular Revolucionária (VPR).
Exilado, Apolônio viveria com a família na Argélia e na França, onde permaneceu até a Anistia Política, em 1979. Viveu no Rio de Janeiro e faleceu em 2005.
9 de fevereiro de 1967 – Ditadura censura a imprensa
Em meio à ditadura militar, em 9 de fevereiro de 1967, o governo Costa e Silva promulga a nova Lei de Imprensa, que estabelecia a censura prévia de espetáculos, cinema, rádio e televisão, além de agravar as penas de jornalistas condenados por suposta ofensa às autoridades.
A lei passou a considerar criminosa qualquer publicação que fizesse “propaganda de processos para subversão da ordem política e social”, com pena prevista de 1 a 4 anos de prisão. A ditadura proibiu, ainda, a circulação de livros, jornais e de outras publicações que “atentem contra a moral e os bons costumes”. As restrições se estendiam a títulos estrangeiros.
A partir da entrada em vigor da nova lei, os filmes nos cinemas e os programas a serem exibidos na televisão deveriam apresentar na tela, antes do início, uma autorização rubricada pelos censores de plantão. Entre outras medidas, no caso de decretação de Estado de Sítio, o governo poderia enviar agentes às redações de jornais e revistas e às emissoras de rádio e televisão para fazer a censura prévia do noticiário.
12 de fevereiro de 2005 – Dorothy Stang é morta a tiros no Pará
Numa estrada de terra de difícil acesso, a 53 quilômetros de Anapu (PA), a missionária católica Dorothy Mae Stang é assassinada com sete tiros, por defender os trabalhadores sem-terra. Os latifundiários Vitalmiro Bastos de Moura e Regivaldo Pereira Galvão são apontados como os principais mandantes do crime.
Norte-americana naturalizada brasileira, irmã Dorothy chegou ao Brasil em 1966 e desde a década de 1970 atuava na região amazônica, mantendo intensa agenda de diálogo com líderes camponeses, políticas e religiosos, na busca de soluções para os conflitos relacionados à posse e à exploração da terra.
Em Anapu, a religiosa foi responsável pela implantação do Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança, modelo de assentamento e gestão que produzia uma fonte segura de renda com a colheita de madeira, sem destruir a floresta. A área era disputada por madeireiros e latifundiários, que encomendaram a morte da ativista.
Em 2022, foram registrados 35 assassinatos em conflitos no campo – um aumento de 75% em relação a 2020, quando foram registrados 20 assassinatos. Os dados constam do relatório anual da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
Segundo o representante da Pastoral da Terra, padre Josep Plans, para além dos assassinatos, os quilombolas, indígenas e pequenos produtores rurais ainda são vítimas de humilhação, intimidação e ameaça de morte que, quando chega a acontecer, fica sem investigação ou punição.
11 de fevereiro de 1990 – Mandela ganha a liberdade
O ativista Nelson Mandela, principal líder do movimento antiapartheid na África do Sul, é libertado aos 71 anos, em 11 de fevereiro de 1990, após quase três décadas preso. Capturado em 1962 quando estava à frente da guerrilha armada contra o regime da minoria branca, Mandela fora condenado, dois anos depois, à prisão perpétua por sabotagem e traição. A política de segregação racial – apartheid – foi oficialmente instaurada na África do Sul em 1948, pelo governo do Partido Nacional. Desde então, o país sofreu embargos e sanções econômicas impostos pela ONU e enfrentou intensos conflitos internos entre brancos e negros.
OUTRAS DATAS HISTÓRICAS
06/02/1912: Nasce em York, na Inglaterra, Christopher Hill, que se notabilizaria como historiador marxista.
04/02/1913: Rosa Parks, ativista norte-americana que lutaria pelos direitos civis da população negra nos anos 50, nasce em Tuskegee, no estado do Alabama.
03/02/1924: Nasce em Oxford, na Inglaterra, Edward Palmer Thompson, que viria a se tornar historiador marxista.
11/02/1982: Registro oficial do PT no TSE
11/02/2010: Brasil tem 64% a mais de universitários.