Posse ocorreu em primeiro de março de 2010

O ex-guerrilheiro tupamaro José “Pepe” Mujica toma posse como presidente do Uruguai, sucedendo a Tabaré Vázquez, seu companheiro da Frente Ampla — uma coalizão de partidos de esquerda. Mujica vencera as eleições em segundo turno, com 52,6% dos votos, contra 43,3% de Luis
Alberto Lacalle, candidato do Partido Nacional.

O novo presidente uruguaio se tornaria figura emblemática da esquerda latino-americana à frente de um governo com foco na inclusão social e na integração regional da América do Sul.
Agricultor e militante de esquerda, Pepe Mujica participou ativamente da organização guerrilheira Tupamaros durante a ditadura militar uruguaia. Ferido e torturado, Mujica foi preso político de 1973 até 1985, quando foi beneficiado pela lei de anistia.

Em 1994, elegeu-se deputado por Montevidéu e, em 1999, senador. No governo de Tabaré Vázquez, ocupou o cargo de ministro da Agricultura por três anos. Durante o governo de Mujica, a pobreza do país cairia de 37% para 11%; o consumo da maconha seria descriminalizado, e sua venda, regularizada; o aborto seria legalizado, bem como o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo.

Mujica chamaria a atenção da imprensa internacional por seu modo de vida franciscano: até o fim do mandato, dispensaria os carros oficiais para fazer com seu fusca o trajeto até o palácio, e continuaria morando na mesma casa simples de uma pequena fazenda nos arredores de Montevidéu. Ao deixar o cargo, em 2015, Mujica teria aprovação de 65% dos uruguaios, sendo sucedido por Tabaré Vázquez, que voltaria ao governo em segundo mandato.

Esta publicação é fruto da parceria entre o Centro Sérgio Buarque de Holanda, da FPA, e o Memorial da Democracia. Os textos remetem a um calendário de eventos e personalidades da esquerda que é colaborativo e está em constante atualização. Envie suas sugestões por e-mail para [email protected]

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