15.09.2023 – Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, é recebido pelo presidente do Inder, Omar Vernegas, durante a chegada a Havana, no Aeroporto Internacional José Martí. Havana – Cuba. Foto: Ricardo Stuckert / PR

O Brasil vive um protagonismo maior na arena internacional desde a chegada de Lula à Presidência. O país agora ocupa a presidência do G20, grupo que engloba as 20 maiores economias do mundo, mas também lidera o Mercosul e os BRICS. Sob Lula, o Brasil tem novos desafios geopolíticos.

O alargamento do Conselho de Segurança das Nações Unidas, com a presença de Brasil, Índia, África do Sul e talvez Alemanha e Japão, é uma exigência que ganha adeptos nas academias do mundo todo. Não dá mais para que somente cinco nações — EUA, Rússia, China, França e Inglaterra com seu poder de veto — tenham a primazia isoladamente a ao sabor de suas conjuminâncias internas, ditarem a rota a ser seguida pelo mundo.

As novas viagens de Lula, começam pelo périplo por Havana (foto acima), onde participa do chamado G77, o grupo dos países em desenvolvimento servirá, contudo, para que a iníqua questão do criminoso bloqueio econômico dos EUA sobre Cuba seja mais uma vez questionado. O “garrote” posto sobre a ilha é o grande responsável pela crise que se aprofunda agora, cujo início já dura mais de 60 anos.

A parte seguinte da viagem é em Nova York, onde fará o discurso  de abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. É uma tradição desde o final dos anos 40, quando a ONU foi fundada que a sessão inaugural seja sempre feita pelo Brasil, por ser o país o primeiro signatário da formação da entidade.

Lula deve abordar novamente a questão da desigualdade social. O tema tem sido uma espécie de “mantra” que o presidente brasileiro trás à baila onde quer que se encontre, no palco dos BRICS, numa passagem por Cuba ou na recente reunião do G20, na Índia. 

Também deve tratar do estapafúrdio desembolso dos países centrais na guerra Rússia-Ucrânia em detrimento das carências nos países pobres. Bilhões de dólares foram despejados na guerra, causando uma crise nos países envolvidos e mais uma  vez demonstrado o quão ultrapassado é o papel da OTAN como força intervencionista.

Não há legitimidade nesta guerra. E o papel desempenhado pelo Brasil na construção de uma saída diplomática pode ter efeito prático com o empenho de Lula. A crise humanitária vivida por países pobres tem uma relevância infinita maior do que interesses armamentistas.

O ciclo virtuoso que inicia no Brasil, onde o crescimento econômico é perceptível pode ajudar a criar um ambiente de prosperidade no Sul Global e quiçá no conjunto da humanidade. •

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