Alberto Cantalice

A trágica morte de três médicos em um quiosque na última quarta-feira, 4, no Rio de Janeiro por “narcomilicianos” pôs a nu a tragédia da segurança pública no estado e a força do crime organizado.

A disseminação pelo país das organizações criminosas acende um sinal de alerta para a sociedade brasileira. Dominante nos presídios, as facções criminosas comandam de dentro das unidades prisionais as ações das quadrilhas e impõem suas “leis” em várias comunidades.

Agem ao estilo das máfias italianas e estadunidenses, cobrando pedágio dos comércios e explorando os serviços de venda de botijões de gás, internet e tevê a cabo. Garantem a “segurança privada” nos territórios impondo a proibição de assaltos, furtos e nas áreas de milícias, o uso de drogas.

A disputa sangrenta por controle de territórios, a exploração do butim criminoso e os acertos de contas respondem por dezenas de milhares de homicídios anualmente. 

Segundo o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, foram mais de 40 mil mortes violentas no ano de 2022. Isso em pleno governo do inominável que ladrava diariamente sobre segurança, mas nada fez de concreto, a não ser liberar o acesso criminoso de todos às armas e munição.

A escalada de violência no país exige, como disse recentemente o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, uma nova concertação federativa. A União, os 26 estados e o Distrito Federal precisam atuar integrados. Nenhum ente da federação sozinho terá força para conter o crescimento da criminalidade.

Precisamos valorizar as forças policiais e investir na capacidade investigativa das polícias judiciárias federal e estaduais. Urge a implementação das câmeras nos uniformes das polícias. Ao Estado, é preciso que, ao passo que atue com firmeza no combate ao crime, não use as forças policiais com truculência no trato com as pessoas.

Crimes contra a pessoa e ainda mais com o uso de armas, tem que ter a pena agravada e, dependendo da gravidade do delito, mudar a dinâmica da progressão de regime.

O campo progressista não pode deixar que a pauta da segurança seja sequestrada pela extrema-direita. Eles, farsantes como são, não têm propostas ou realizações. Usam e abusam da retórica para enganar o povo. •

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