Livro registra a trajetória do sindicalista e fundador do PT, que morreu há dez anos. Lula, Dilma, dirigentes do partido e amigos relembram o convívio e apontam como ele faz falta ao país

Dez anos após o falecimento Luiz Gushiken, ex-ministro da Secretaria de Comunicação do primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chegou à luz o livro “A Nova Ordem Luiz Gushiken”, lançado no Auditório Franco Montoro da Assembleia Legislativa de São Paulo em 18 de setembro. Agora em outubro estão previstos outros lançamentos pelo Brasil afora.

As ideias de Gushiken continuam presentes entre os militantes mais antigos do Partido dos Trabalhadores (PT), que ele ajudou a fundar e presidiu. Ideias que inspirarão, certamente, os novos quadros dirigentes e militantes que compõem o PT.

“A maior homenagem que Gushiken pode receber é cultuar e lembrar seus valores”, diz o presidente da Fundação Perseu Abramo, Paulo Okamoto. “Sinto-me satisfeito com esse registro extraordinário, pois Gushiken foi e continua sendo uma referência”.

O livro recupera a trajetória do militante e dirigente político pelos olhos e memórias daqueles que conviveram com ele. Um grupo de 67 autores, entre eles o próprio Lula e a ex-presidenta Dilma Rousseff, revisitou lembranças para contar as histórias de Gushiken. A publicação está disponível no site da FPA.

Lula relembra vários momentos da trajetória política de ambos até a eleição para a presidência. “Em 2003, ao formar a equipe de governo, não tive dúvidas. Escalei Gushiken para um dos mais importantes ministérios da Esplanada: a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, mais conhecida como Secom”, relembra. 

“Gushiken, novamente, atuou com maestria. Desconcentrou a destinação das verbas publicitárias do governo. Foi além do eixo Rio-São Paulo e chegou aos veículos regionais. Passou a cobrar que qualquer propaganda do governo seria estrelada por gente com a nossa cara: indígenas, negros, mulheres. E fez mais. Mobilizou empresas, agências de publicidade e veículos de comunicação para fazer uma campanha que até hoje é muito bem lembrada, chamada de ‘o melhor do Brasil é o brasileiro”, conta.

Organizado pela jornalista Fernanda Otero — ex-assessora de Gushiken, a obra deve ganhar uma versão em audiobook, o primeiro lançamento da FPA no formato. “A lista de virtudes de Luiz Gushiken é grande, e nas páginas, você encontra suas qualidades mais evidentes por meio dos relatos daqueles que privaram de sua amizade, liderança e convívio”.

Gushiken foi presidente do Sindicato dos Bancários do Estado de São Paulo e coordenou, em 1985, uma das maiores greves da categoria registradas até hoje. Ele presidiu o PT e coordenou a campanha de Lula em 1989. Também esteve entre os coordenadores da vitoriosa campanha à Presidência em 2002. Depois, assumiu o cargo de ministro-chefe da Secom. Faleceu aos 63 anos em 2013, no dia 13 de setembro. •

`