O filósofo alemão G.W.F Hegel, em seu livro Ciência da Lógica escreveu: “A história se repete ao menos duas vezes”. No que o seu discípulo na juventude Karl Marx completou: “A primeira como tragédia, a segunda como farsa”. Essa introdução recolhida dos considerados “pais da dialética”, é para tentar demonstrar que a tragédia que ora ocorre no Oriente-Médio-com o epicentro na Faixa de Gaza- é a repetição de uma história sem fim. 

Desde 1948, quando do estabelecimento do Estado de Israel os conflitos naquela região são uma constante.  

A guerra dos seis dias em 1967 e a guerra de 1973 vencidas na ocasião por Israel, levou a ocupação de grandes faixas de terras ao longo das Colinas de Golã, pertencentes então a Síria, a faixa do Deserto do Sinai pertencente ao Egito e a Cisjordânia pertencente a Jordânia. O povo palestino ao final desses conflitos entrou em diáspora e os milhões que ficaram ocuparam a região da Faixa de Gaza. 

Vários acordos internacionais foram protagonizados para que se reconhecesse o estabelecimento dos dois Estados Israel e Palestina. O principal deles, o Acordo de Oslo firmados por Yasser Arafat, por parte da OLP e Yitzhak Rabin e Shimon Peres e que por isso receberam o Prêmio Nobel da Paz em 1994. 

A partir daí se constituiu a Autoridade Nacional Palestina, liderada então por Arafat e cuja sede se encontra em Ramallah, na Cisjordânia. 

Entretanto, parte dos extremistas de direita liderados por Benjamin Netanyahu sempre se opuseram aos acordos. Sua assunção ao governo de Tel Aviv foi o período em que mais se promoveram as ocupações irregulares nos territórios que fruto dos acordos passaram ao controle da Autoridade Palestina. Principalmente na Faixa e Gaza, onde Israel promove uma espécie de confinamento à céu aberto dos palestinos. 

O ataque do Hamas aos civis israelenses foi o estopim para essa retaliação em escalada promovida por Israel na Faixa de Gaza atingindo alvos civis-principalmente crianças. 

Parte considerável da população israelense começa a se movimentar por um cessar-fogo e a imediata recuperação dos reféns nas mãos do Hamas. Essa movimentação coloca uma pressão sem precedentes sobre a extrema-direita israelense e pode abrir uma janela para que a comunidade internacional exija o cumprimento dos acordos de paz. 

Só a ação política poderá pôr fim ao conflito. Não há outro caminho! •

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