Paul McCartney e Ringo Starr anunciam “Now and Then”, composição de John Lennon resgatada agora que se torna o canto do cisne dos quatro garotos de Liverpool. Single e documentário são lançados neste início de novembro

Paul McCartney e Ringo Starr anunciam “Now and Then”, composição de John Lennon resgatada agora que se torna o canto do cisne dos quatro garotos de Liverpool. Single e documentário são lançados neste início de novembro

Olímpio Cruz Neto

Do baú dos Beatles sempre haverá alguma surpresa a agradar aos fãs da maior banda de todos os tempos. Duas semanas depois de os Rolling Stones anunciarem seu novo álbum, o primeiro com originais depois de 18 anos, Paul McCartney e Ringo Starr anunciaram na última semana o lançamento de “Now and then”, uma composição inacabada de John Lennon, escrita no final da década de 1970, concluída este ano usando tecnologia que separa o vocal de John Lennon de uma faixa de piano.

O lançamento ocorre mais de meio século depois que o grupo se se separou, graças aos avanços na tecnologia de áudio. O uso de Inteligência Artificial virou o grande ‘buzz’ na mídia britânica e americana. “Now and then” deveria ter sido lançada ainda nos anos 90, junto com “Free as a Bird” e “Real Love”, durante a recuperação da obra dos Fab Four materializadas no projeto “Anthology”.

Gravada por Lennon como uma demo com piano e vocais na casa do músico inglês no Edifício Dakota, em Manhattan, não muito antes de ele ser morto em 1980, a canção ganha uma nova vida agora. Em junho, Paul disse à BBC Radio 4 que a IA havia sido usada para “desembaraçar” a voz de Lennon da gravação em cassete. “Fomos capazes de pegar a voz de John e obtê-la pura  e cristalina através dessa IA”, disse. “Então podemos mixar o disco, como você normalmente faria. Isso te dá algum tipo de margem de manobra”.

Paul recebeu a gravação da viúva Yoko Ono, em 1994, e foi trabalhar com George Harrison e Ringo Starr junto com as outras duas faixas — “Free as a Bird” e “Real Love”. Mas descobriram que a gravação caseira de “Now and Then” não poderia ser devidamente mixada com as ferramentas da época. Isso agora mudou. No ano passado, McCartney e Starr trabalharam para completar a música, usando a mesma tecnologia de áudio — MAL da WingNut Films — que o diretor Peter Jackson usou para isolar instrumentos, vocais e conversas do documentário “The Beatles: Get Back”, lançado em 2021.

“Lá estava, a voz de John, cristalina”, disse McCartney sobre “Now and then”. “É muito emocioante. E todos nós tocamos, é uma gravação genuína dos Beatles. Em 2023, para ainda estar trabalhando na música dos Beatles, e prestes a lançar uma nova música que o público não ouviu, acho que é uma coisa emocionante”. E Ringo: “Foi o mais próximo que chegaremos de tê-lo de volta à sala, então foi muito emocionante para todos. Era como se John estivesse lá”.

“Now and then” ainda ganha um minidocumentário de 12 minutos no dia 1º e um videoclipe no dia 3. A canção ainda inclui a “guitarra e o violão gravados em 1995 por George, a nova parte de bateria de Ringo, e baixo, guitarra e piano de Paul, que combina com a interpretação original de John”. Tem ainda um solo de guitarra slide de Paul inspirado em George, bem como vocais de apoio com Ringo no refrão. A faixa também contará com um arranjo de cordas de Giles Martin, filho de George Martin, que morreu em 2016. O lançamento de “Now and Then” será embalado com a canção de estreia dos Beatles em 1962 “Love Me Do”.   •

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