Avaliação estável de Lula
IPEC aponta que avaliação positiva oscila para 37% e a regular para 32%. Entre os eleitores do ex-capitão, 33% o consideram regular. Mas somam 19% aqueles que aprovam o atual presidente
A pesquisa mais recente do instituto IPEC (ex-Ibope) aponta que a avaliação do terceiro governo Lula se manteve nos mesmos patamares da rodada anterior, realizada no mês de abril. Desde então, a avaliação positiva (soma de ótimo e bom) oscilou de 39% para 37%, a regular de 30% para 32% e a negativa (soma de ruim e péssimo) de 26% para 28%. A pesquisa foi realizada entre os dias 1 e 5 de junho, com entrevistas presenciais, e a margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos – nos dados gerais.
A pesquisa indica que entre quem declara ter votado no presidente Lula, 69% avaliam o governo de forma positiva. No entanto, somente 26% do total consideram o governo como ótimo, enquanto 43% o avaliam como ‘bom’. Ainda, há 27% que avaliam o governo como regular, e 3% como negativo.
Entre os que dizem ter votado em Bolsonaro, 8% aprova o governo Lula, 33% o considera regular e 46% o reprova. A pesquisa indica que entre os que consideram o governo como regular, são 48% os que dizem aprovar a maneira que Lula governa, dado obtido em uma pergunta binária no qual as únicas opções são aprovar ou desaprovar. Ainda, entre os eleitores de Bolsonaro em 2022, são 19% os que aprovam Lula.
Os dados reforçam o que o Núcleo de Opinião Pública, Pesquisas e Estudos (Noppe), da Fundação Perseu Abramo, apontou nos artigos anteriores para a revista Focus Brasil. O quadro parece ser de um possível arrefecimento da polarização, ao menos se comparado ao momento eleitoral e pós-eleitoral em 2022.
Uma evidência que aponta para essa possibilidade é a existência de um contingente significativo de eleitores de Bolsonaro que consideram o governo como regular, ou a parcela menor que o aprova. No entanto, o cenário também é permeado por um desafio, do ponto de vista governamental e político: por um lado, aproximar parcelas da sociedade que votaram em Bolsonaro mas que podem eventualmente apoiar um governo Lula — um quadro praticamente impensável no quadro da opinião pública em 2022.
Por outro, produzir resultados capazes de traduzir todo o apoio eleitoral que Lula obteve no pleito passado em apoio social, aproximando também esses eleitores que consideram seu governo como regular ou o avaliam negativamente – a redução da aprovação do governo em segmentos como o Nordeste e brasileiros/as com renda familiar até 1 salário mínimo — R$ 1.320 —, segundo IPEC, são alertas para a importância deste último ponto.