Presidente da Turquia prega reconciliação após duas décadas no poder. Ele inicia o terceiro governo com pedido de paz aos opositores. O novo gabinete tem mudanças na Defesa, Relações Exteriores e Economia

Com um discurso de reconciliação em um país dividido, Recep Tayyip Erdogan, 69 anos, assumiu no sábado, 3, o terceiro mandato como presidente da Turquia. Reeleito em 28 de maio com 52% dos votos, o chefe de Estado prestou juramento para o governo dos próximos cinco anos e prometeu, diante de 600 deputados, exercer o poder com imparcialidade. “Vamos deixar de lado os ressentimentos e a raiva deste período eleitoral”, disse. Erdogan derrotou seu rival Kemal Kiliçdaroglu no segundo turno.

Erdogan se dirigiu ao mausoléu de Mustafa Kemal Atatürk e, comprometeu-se a “levar as vítimas do terremoto de volta para suas casas o mais rápido possível”. Pelo menos 50 mil pessoas morreram no desastre de 6 de fevereiro e milhões ficaram desabrigadas.

Ele anunciou a formação do novo governo. O cargo de ministro da Economia, será ocupado por Mehmet Simsek, ex-banqueiro da Merrill Lynch. Aos 56 anos, ele terá a tarefa de fornecer ortodoxia financeira para recuperar a confiança dos investidores.

Os principais ministérios também foram renovados. Hakan Fidan, ex-chefe dos serviços secretos, assume o cargo de ministro das Relações Exteriores. No Ministério da Defesa, Yasar Güler, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, sucede Hulusi Akar.

A Turquia é um dos 31 Estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos Estados Unidos, e mantém o veto à adesão da Suécia, alegando que o país oferece refúgio a ativistas de oposição que Ancara considera “terroristas”. A Otan quer que Erdogan abra mão do veto antes da cúpula que será realizada em Vilna, na Lituânia, em julho. •

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