Taxa de desemprego recua ao nível pré-golpe
Efeito Lula sobre o mercado de trabalho mostra recuo de 8,5%, o menor desde abril de 2015. Índice ficou abaixo das expectativas do mercado e do IBGE. Caged registra criação de 108 mil postos de trabalho com carteira assinada. Faz o L
O governo Lula vai aos poucos mostrando resultados palpáveis de melhora no ambiente econômico brasileiro. Depois do desastre do governo anterior, o mercado de trabalho mostra um suspiro. A taxa de desemprego no país ficou em 8,5% no trimestre encerrado em abril, indicando estabilidade em relação ao trimestre anterior, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo IBGE. A taxa é a menor para o período desde abril de 2015, ainda no governo Dilma, quando ficou em 8,1%.
O resultado veio abaixo das expectativas do mercado e do próprio IBGE. “Essa estabilidade é diferente do que costumamos ver para este período. O padrão sazonal do trimestre móvel fevereiro-março-abril é de aumento da taxa de desocupação, por meio de uma maior população desocupada, o que não ocorreu desta vez”, explica Alessandra Brito, analista da pesquisa. Na comparação com o mesmo período em 2022 (10,5%), o índice de desocupação teve queda de dois pontos percentuais.
A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), celebrou o resultado. “Vamos em frente, a luta para transformar o Brasil segue firme e forte. Faz o L!”, comemorou. “Foi o menor desemprego desde 2015”. O mercado de trabalho brasileiro registrou abertura líquida de 180.005 vagas com carteira assinada em abril. Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados também na quarta-feira, 31, pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Ainda segundo o IBGE, no mesmo trimestre, o número de brasileiros desempregados foi de 9,1 milhões. Durante o governo Bolsonaro, o número de trabalhadores fora do mercado de trabalho estava girando em torno de 12 milhões. A população ocupada neste primeiro trimestre somou 98 milhões, com recuo de 0,6% (menos 605 mil pessoas) ante o trimestre anterior. Na comparação interanual, porém, cresceu 1,6% (mais 1,5 milhões de pessoas).
Quanto ao rendimento médio, os trabalhadores ganharam R$ 2.891 por mês no trimestre, um cenário estável na comparação com o trimestre anterior. Na comparação anual, porém, houve aumento de 7,5%.
Os resultados da PNAD Contínua para abril também mostraram que o número de empregados sem carteira assinada no setor privado recuou 2,9% em relação ao trimestre terminado em janeiro, ficando em 12,7 milhões. Também o contingente de trabalhadores domésticos recuou: diminuiu 3,2% e chegou a 5,7 milhões de pessoas.
Os contingentes de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (36,8 milhões), de trabalhadores por conta própria (25,2 milhões) e de empregados no setor público (12 milhões) ficaram estáveis em abril. Já a taxa de informalidade foi estimada em 38,9% da população ocupada, o que significava 38 milhões de trabalhadores informais em abril. No trimestre anterior, a taxa era de 39%, enquanto em abril de 2022 estava em 40,1%.
A Pnad Contínua é o principal instrumento para monitoramento da força de trabalho no país. A amostra da pesquisa por trimestre no Brasil corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e Distrito Federal. •