O ataque a Vinícius Júnior mobilizou a mídia brasileira e, claro, o parlamento brasileiro. Atendendo a dez requerimentos de parlamentares do PT, PSOL, PP, MDB, União Brasil e PL, a Câmara dos Deputados aprovou por unanimidade uma moção de repúdio aos episódios de racismo sofrido pelo jogador na Espanha.

“A intenção da Mesa Diretora é reunir todos para que eles tenham, unissonamente, a sua aprovação em conjunto para prestigiar todos os partidos e parlamentares que entendam a defesa universal contra o racismo no mundo”, disse o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL).

Entre as moções aprovadas estão o repúdio à La Liga e ao presidente da liga espanhola de futebol, Javier Tebas Medrano; também aos torcedores do Valencia e aos ataques. Também foram aprovadas moções de aplauso e de solidariedade ao craque.

Mas, se por um lado foi assim, por outro lado, o racismo se materializou na fala absolutamente escandalosa de um personagem menor da política nacional. Também no Congresso, o senador Magno Malta (PL-ES) protagonizou uma cena grotesca e racista ao comentar o caso.

O senador falou durante uma sessão de trabalho da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado na terça-feira, 23, para criticar a mídia nacional e atacar o que chamou de “revitimização” do jogador. “Cadê os defensores da causa animal que não defendem o macaco?”, debochou.

A declaração deixou em polvorosa as redes sociais, alimentando a “polêmica do dia” para agitar a malta de bolsonaristas, sempre esperando o apito “do contra”. O mau gosto pode sair caro: Magno Malta agora é alvo de pedido de cassação do mandato protocolado pelo PSOL por quebra de decoro.

Ele ainda foi denunciado ao STF pelo líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (ES), pelo crime de injúria racial. “Como pai de duas crianças negras, não posso ignorar o que testemunhei hoje no Senado”, criticou o parlamentar. “Por isso, acionei o Supremo Tribunal Federal para que instaurasse inquérito policial para averiguar falas racistas do senador”. •

`