O lamentável e criminoso racismo do qual foi vítima o atleta brasileiro Vinicius Júnior, na Espanha, descortina o preconceito e a xenofobia que caminharam historicamente de braços dados com o nazifascismo. 

Não à toa o episódio se deu na La Liga de futebol espanhola, país que é o berço do movimento ultradireitista Vox e que foi a pátria liderada pelo “generalíssimo Franco”, de triste memória. 

A solidariedade demonstrada pelo treinador Carlo Ancelotti, do Real Madrid de Vini Jr, foi crucial. Ao negar-se a falar do resultado da partida e focar no fato sórdido, ele levou parte da imprensa europeia a se manifestar de forma decisiva. 

O pronunciamento do presidente Lula e a pronta resposta do ministro Flávio Dino denotaram a indignação do governo brasileiro com a agressão sofrida por um cidadão compatriota. 

A firme e decisiva postura do atleta, que não se curvou ou naturalizou a situação, foi o estopim para que vários setores nacionais e internacionais se manifestassem contra a chaga anti-civilizatória: o racismo. 

Fundamental, na mesma medida, foram as manifestações de vários segmentos populares brasileiros, em especial o movimento negro, cuja luta árdua contra o racismo estrutural no país se mostrou combativamente ao lado do atleta brasileiro. 

O racismo é crime. Enquanto a sociedade brasileira e a comunidade internacional minimizarem essas ações, mais força ganhará o nazifascismo predador. 

Enfrentar de cabeça erguida essa situação que desumaniza e despreza uma parte significativa do mundo é tarefa de todos que defendem uma vida digna para todos. 

Magno Malta quebra o decoro parlamentar! 

É inaceitável, portanto, a postura do senador Magno Malta (PL-ES) que produziu a chacota da semana ao dizer publicamente que ninguém se preocupa em defender o macaco. Um parlamentar usar esse linguajar para se referir a um episódio de tamanha gravidade, rompe com a civilidade e afronta o Estado de Direito. E, além de tudo, quebra o decoro parlamentar. 

O racismo é uma praga. Devemos extirpá-lo! 

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