Assessor de Lula vai à Ucrânia para encontro de alto nível e diz que Brasil trabalha pela paz no leste europeu. Encontro antecede reunião do G7 nesta semana

Amorim visita Zelensky

Ex-ministro da Defesa e ex-ministro das Relações Exteriores, atualmente assessor-chefe da Presidência da República, o diplomata Celso Amorim esteve reunido na quarta-feira, 10, com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Ele declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está trabalhando pela paz entre Ucrânia e Rússia. A viagem antecede a participação de Lula na reunião do G7 esta semana no Japão.

Ele avalia que o diálogo com as autoridades ucranianas foi positivo e gerou confiança, e que ajudou a explicar os objetivos do Brasil para a paz. Lula tem defendido um cessar-fogo e propôs um clube de nações, incluindo o Brasil, para mediar a paz entre os dois gigantes do Leste Europeu.

Ao mesmo tempo, Lula se recusou a fornecer armas à Ucrânia, fez comentários atribuindo responsabilidade à Ucrânia pela invasão da Rússia por conta dos acenos feitos à Aliança do Tratado do Atlântico Norte (Otan), no esforço de imobilizar o Kremlin e manter o Ocidente em estado de alerta. Lula declarou que EUA e Europa erraram ao estimular os combates.

No mês passado, Amorim fez uma viagem discreta a Moscou e se encontrou com o presidente Vladimir Putin. Semanas depois, Lula recebeu em Brasília o ministro das Relações Exteriores de Putin, Sergei Lavrov. O chanceler expressou gratidão ao Brasil por sua “excelente compreensão da gênese desta situação”.

Após a reunião, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, criticou a abordagem do Brasil em relação à guerra e fez comentários duros pelo encontro de Amorim com Putin e Lavrov, enquanto falava apenas com autoridades ucranianas por telefone. A posição do Brasil evita confronto com a Rússia.

Amorim também se reuniu com o vice-ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrij Melnyk. “O Brasil pode desempenhar um papel importante para impedir a agressão russa e alcançar uma paz duradoura e justa”, escreveu. •