Ataque à soberania nacional
Ato em Brasília reúne petroleiros, sindicalistas, parlamentares da oposição e representantes da sociedade civil contra a venda da companhia e em defesa das empresas estatais. “A estratégia do governo Bolsonaro é ferrar a Petrobrás”, denuncia Jean Paul Prates
Petroleiros de todo o país lotaram na terça-feira, 12, o auditório Nereu Ramos, no Senado Federal, em defesa da Petrobrás, das empresas estatais e para denunciar o ataque à soberania nacional promovido pelo governo Bolsonaro. Líderes sindicais, representantes da sociedade civil e da oposição defenderam o resgate do Sistema Petrobrás e o fortalecimento das empresas estatais e do serviço público.
“A estratégia do governo é para ferrar a Petrobrás”, denunciou o senador Jean Paul Prates (PT-RN), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Petrobrás. “O problema do governo é com a Petrobrás, que eles querem entregar de qualquer jeito. Há países que invejam o Brasil por conta da Eletrobrás e da Petrobrás, mas nós vamos recuperar o controle estatal”.
O senador destacou que o governo Bolsonaro professa uma ideologia ao tentar entregar o patrimônio público, que é vital para o desenvolvimento do Brasil. “É uma questão ideológica sim, achar que o Brasil não precisa de uma empresa nacional de petróleo, o mercado resolve tudo”, disse.
“Agora estamos diante de um outro grande desafio, uma realidade onde somos o líder: a transição energética”, lembrou Jean Paul. “Mas isso é graças ao modelo que nós adotamos, que faz que o Brasil tenha a matriz mais limpa das maiores econômicas do mundo e esses caras dizem que é ruim”. Assim como o líder da Minoria no Senado, dirigentes da FUP também criticaram o Palácio do Planalto.
“O governo Bolsonaro vendeu a BR Distribuidora, a Liquigás, a Gaspetro, os nossos gasodutos. Todo esse sistema precisará ser retomado para termos preços justos para a população brasileira e garantirmos o abastecimento nacional”, afirmou o coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar.
O sindicalista ainda destacou a importância da Petrobrás retomar as fábricas de fertilizantes nitrogenados, que foram vendidas após o Golpe de 2016, que tirou Dilma Rousseff da Presidência da República por meio de um impeachment fraudulento. “É inadmissível nós termos um Brasil que importa de 85% a 90% de todos os fertilizantes que necessita”, denunciou.
“Estamos aqui para dizer a Lira que ele e o governo federal irão enfrentar a maior greve da história da categoria petroleira, se tiverem a ousadia de tentar privatizar a Petrobrás”, anunciou Bacelar, alertando o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e avisando sobre a determinação de greve, aprovada em diversas assembleias da categoria petroleira entre junho e julho em diversos estados.
O ato foi organizado pelas Frentes Parlamentares Mistas de Defesa da Soberania Nacional, Defesa da Petrobrás e Defesa do Serviço Público, e mais os sindicatos que integram a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). •