Gasolina e gás de cozinha têm alta de tarifas de 7,2%. Política do governo joga preços de combustíveis na estratosfera. Bolsonaro diz que não pode fazer nada

 

No mesmo dia que o IBGE divulgou a inflação rompendo os 10% e o presidente Jair Bolsonaro se eximindo de comandar a Nação, a Petrobrás anunciou na sexta, 8, aumentos de 7,2% nos preços da gasolina e do gás de cozinha em suas refinarias. Desde janeiro, a gasolina ficou 30% mais cara no país. Ao consumidor, o litro do combustível deve superar esta semana a barreira dos R$ 7.

Segundo a Petrobrás, o litro da gasolina vendida por suas refinarias passará de R$ 2,78 para R$ 2,98, um reajuste médio de R$ 0,20. A empresa destacou que é o primeiro aumento em 58 dias. Na semana passada, a estatal subiu o preço do diesel em 8,9%, no primeiro reajuste depois de 85 dias.

Já o quilo do gás de cozinha passará de R$ 3,60 para R$ 3,86, alta de R$ 0,26. Assim, os 13 quilos necessários para encher um botijão custarão na refinaria o equivalente a R$ 50,15. Bolsonaro, mais uma vez, disse que não tem condições de tomar qualquer medida para evita a alta da carestia na vida do povo brasileiro.

“Temos aqui no Brasil aumento do preço de mantimentos, combustível. Ninguém faz isso porque quer. Eu não tenho poder sobre a Petrobrás”, disse. “Eu não tenho como numa canetada congelar preço de combustível. A gente teve experiência de congelamento, agora o Brasil é um dos países que menos sofreu na economia por ocasião da pandemia”, mentiu.

Segundo a Petrobrás, a alta reflete “parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente ao crescimento da demanda mundial, e da taxa de câmbio, dado o fortalecimento do dólar em âmbito global”.

Em comunicados sobre os reajustes, a companhia defende que a variação dos preços é importante “para garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras”.

Os reajustes da gasolina e do diesel não compensariam a defasagem em relação ao mercado internacional, que estava em R$ 0,52 por litro na semana passada, segundo projeções das importadoras de combustíveis. A tendência é que a estatal siga pressionada, já que as cotações internacionais do petróleo mantém-se acima dos US$ 80 por barril e o dólar permanece na casa dos R$ 5,50.

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