Em entrevistas, o ex-prefeito de São Paulo diz que as ameaças do atual presidente vão acabar tirando-o do segundo turno em 2022. Ele elogiou iniciativa dos governadores de barrar o golpismo do Planalto

 

Ex-prefeito de São Paulo e candidato à Presidência da República em 2018, Fernando Haddad concedeu entrevistas e, entre os assuntos abordados, relembrou o apoio que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu à política de defesa nacional. “Todos sabem que Lula foi o presidente que mais investiu nas Forças Armadas. Não precisa escrever carta para eles, não faz o menor sentido”, declarou, em entrevista ao Portal Fórum.

Na terça-feira, 24/08 entrevistado pela jornalista Miriam Leitão, na GloboNews, Haddad disse que o encontro de governadores é um movimento importante para que a sociedade coloque um limite nas ameaças antidemocráticas de Bolsonaro. Na opinião do ex-ministro da Educação, Bolsonaro está fazendo tudo para não estar no segundo turno, o que em sua opinião seria muito bom para a sociedade brasileira.

Para Haddad, não há possibilidade de se resolver minimamente os problemas da educação com o atual ministro da pasta. Ele que a situação da educação brasileira dramática, por conta dos  descaminhos impostos pelo governo Bolsonaro.

O ex-prefeito tem cumprido uma série de agendas no estado de São Paulo. Na terça, 25, esteve na cidade de Cotia, em visita ao prefeito Rogério Franco (PSD). No encontro, tratou de projetos na área social e da educação para o município, além dos problemas da conjuntura nacional.

Na semana anterior, Haddad percorreu as cidades do ABC, onde debateu com líderes políticos, sindicais e do movimento social alternativas para a região. Ele esteve ainda na cidade de Araraquara para conhecer as experiências exitosas do prefeito Edinho Silva, do PT, no combate ao coronavírus.

Ele também está preocupado com a ameaça de retrocesso na política indigenista. Na quarta-feira, se mostrou preocupado com o julgamento no Supremo Tribunal Federal do recurso para alterar a política de demarcação de terras indígenas. “O STF dá sequência ao julgamento que pode definir a jurisprudência para a demarcação de terras indígenas no Brasil. O direito à terra e à vida têm sido negados aos povos originários neste governo genocida. Todo apoio aos povos indígenas”, disse.

Na sexta-feira, 27, Haddad participou da plenária estadual da Central Única dos Trabalhadores, onde foi o convidado para tratar de conjuntura. A preocupação com a disseminação da Covid-19 tem sido uma constante em suas andanças. “Morreram no Brasil quatro vezes mais que o esperado. Se a gente tivesse feito o básico, teríamos menos de 150 mil mortes, mas temos 575 mil. Então 400 mil brasileiros perderam a vida por causa de política e não por causa do vírus”, lamentou.

Enquanto Lula faz agenda no Nordeste, Haddad tem concentrado suas atenções ao estado de São Paulo. Epicentro do bolsonarismo em 2018, São Paulo foi palco naquela ocasião de uma aberração política: a chapa Bolso-Dória. A reconstrução de uma alternativa democrática e progressista no Brasil passa inevitavelmente pelo fortalecimento na principal unidade federativa do país. Ao assumir essa tarefa, Haddad demonstra que isso é possível. •