Desocupação cai, mas desalento bate recorde
Enquanto a taxa de desocupação caiu no Brasil para 12% (mas ainda estando em um nível muito alto), a taxa de desalento subiu para 4,4%.
É o que mostram dados da Pnad Contínua, divulgada pelo IBGE, referente ao trimestre de abril a junho de 2019.
No trimestre de abril a junho de 2019, a quantidade de pessoas desocupadas continuou igual ao do mesmo trimestre do ano passado (12,8 milhões de pessoas), tendo a população ocupada crescido 2,6% e a fora da força de trabalho caído 1% na mesma comparação com o trimestre equivalente do ano anterior. O número de pessoas desalentadas continuou estável, em 4,9 milhões. Quanto à população subutilizada, seu número absoluto cresceu 3,4%, chegando a 28,4 milhões de subutilizados no país. Vale destacar que subutilizados são i) os
subocupados por insuficiência de horas trabalhadas; ii) os desocupados; iii) a força de trabalho potencial.
Sobre o crescimento da população ocupada, vale salientar que, do trimestre analisado em 2019 ao trimestre equivalente em 2018 (abril a junho), o número de empregados no setor privado com carteira assinada cresceu 1,4%, enquanto o número de empregados sem carteira assinada cresceu 5,2%, colocando dúvidas sobre a qualidade dos novos postos gerados, que ampliam a quantidade de pessoas ocupadas. Vale lembrar também que a promessa da reforma trabalhista – prestes a completar dois anos – era de gerar mais postos de trabalho formais, mas o crescimento da ocupação no Brasil tem sido puxado pela informalidade.
Quanto às taxas, o IBGE destaca que o percentual de pessoas desalentadas em relação à população na força de trabalho ou desalentada foi de 4,4%, repetindo o recorde da série: a taxa é a maior desde 2012. A taxa de desalento é calculada pelo número de pessoas desalentadas (fora da força de trabalho na semana de referência que estavam disponíveis para assumir um trabalho na semana de referência mas não tomaram providência para conseguir trabalho no período de referência de trinta dias por não ter conseguido trabalho adequado, não ter experiência profissional ou qualificação, não haver trabalho na localidade em que residia ou não conseguir trabalho por ser considerado muito jovem ou muito idoso) dividido pelo número de pessoas que compõem a força de trabalho ampliada.
Outro recorde foi do número de trabalhadores por conta própria, que segundo o IBGE chegou a 24,1 milhões e bateu novo recorde da série
histórica. O número é 5% maior (mais 1.156 mil pessoas) em comparação ao mesmo período de 2018.