Inspirada nas gay pride parades realizadas desde 1969 nos Estados Unidos, a primeira Parada do Orgulho Gay reuniu em São Paulo cerca de 2 mil pessoas que protestam contra a discriminação e a violência sofridas por gays, lésbicas e travestis, em 1997. O tema central da manifestação – “Somos muitos, estamos em várias profissões” – buscava dar maior visibilidade ao público GLT (gays, lésbicas e travestis) e sensibilizar a sociedade para o convívio respeitoso com as diferenças, pressionando o Estado a garantir os direitos da comunidade homossexual.

Organizações como o Grupo Gay da Bahia e o Grupo Atobá apontavam um número crescente de crimes contra a comunidade GLT. Na década de 1990, foram registrados 1.256 casos de assassinatos por homofobia.

Em 1999, já com o nome de Parada do Orgulho LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros), o evento entrou no calendário oficial da cidade de São Paulo, tornando-se o maior do mundo no gênero.

Guiness

Em 2006, a 10ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo foi incluída no Livro dos Recordes (Guinness Book), como a maior do gênero no mundo — 2,5 milhões de participantes.

No Brasil, o movimento LGBT começou a tomar forma, sob a denominação de “movimento gay” ou “movimento homossexual”, no fim da década de 1970. No efervescente contexto da redemocratização política do Brasil, nos anos 1980, a população LGBT buscou politizar o livre exercício da sexualidade, a fim de reivindicar direitos iguais.

Algumas das batalhas históricas travadas pelo movimento LGBT foram o combate à violência homofóbica, o enfrentamento do HIV-aids e a luta, capitaneada pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), em 1982, pela mudança do código de classificação de doenças do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (extinto Inamps), que descrevia a homossexualidade como “desvio ou transtorno sexual”.

A primeira Parada do Orgulho LGBT de São Paulo foi realizada em 28 de junho de 1997, com cerca de 2 mil participantes. Nos anos 2000, a parada de São Paulo cresceu e o número de paradas semelhantes no país também. Até 2010, todas as capitais contariam com paradas LGBT, assim como boa parte dos municípios brasileiros de grande e médio porte.

Segundo a SPTuris (empresa municipal de turismo de São Paulo), a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo é o evento que mais atrai turistas à cidade. A edição com maior número de participantes seria a de 2012, com 4,5 milhões de pessoas, segundo organizadores.

Este texto é um trabalho do Memorial da Democracia, o museu virtual da Fundação Perseu Abramo e do Instituto Lula, dedicado às lutas democráticas do povo brasileiro.

O Centro Sérgio Buarque de Holanda de Documentação e Memória guarda em seu acervo fotos documentos históricos sobre o movimento LGBT.

Visite:

Revista Teoria e Debate de setembro de 1994: O Boom Gay e Lésbico

Revista Teoria e Debate, artigo: Na trilha do arco-íris do movimento homossexual ao LGBT

O Centro Sérgio Buarque de Holanda de Documentação e Memória guarda em seu acervo fotos documentos históricos sobre o movimento LGBT.

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