Intercept: Moro blindou FHC, chamado de “parceiro importante”
O site The Intercept Brasil divulgou na noite de terça-feira (18) mais um trecho do chat privado entre Sergio Moro e agentes do Ministério Público Federal para definir de maneira criminosa os rumos políticos do país. Na nova conversa revelada pela série de reportagens, o ex-juiz discorda do procurador Deltan Dallagnol pede para que a Operação Lava Jato evite investigar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para não “melindrar alguém cujo apoio é importante”.
O diálogo, ocorrido por meio do aplicativo Telegram, ocorreu em 13 de abril de 2017, um dia depois de o Jornal Nacional ter veiculado notícia justamente sobre denúncias que recaíam sobre o tucano. Na data, Moro queria saber se as suspeitas contra o ex-presidente eram “sérias” porque o que viu na TV “pareceu fraco”. O procurador, então, argumentou que a denúncia havia sido enviada a São Paulo para “talvez passar recado de imparcialidade”.
A acusação que Dallagnol já era de conhecimento interno do Ministério Público desde o final de 2016, graças à delação de Emílio Odebrecht, que afirmou que deu “ajuda de campanha” a FHC para as eleições vitoriosas de 1994 e 1998. Ao contrário do que fazia quando havia acusações contra petistas, o caso envolvendo o tucano permaneceu em segredo de justiça até abril de 2017, mas os fatos estavam prescritos e a investigação não poderia terminar denúncia formal. Resultado: foi arquivada pela Justiça três meses depois.
Como tem ocorrido desde a primeira denúncia publicada pelo site, tanto Moro quanto a força-tarefa da operação insistem em dizer ao povo o oposto do que conversavam longe dos holofotes. Muito longe da imparcialidade, parte do Judiciário brasileiro foi usado para proteger “parceiros” e criminalizar adversários.
Como ficou claro em outros trechos de conversas privadas entre Moro e procuradores, o principal alvo da operação sempre foi Luiz Inácio Lula da Silva, condenado sem provas e mantido como preso político em Curitiba.
O Instituto Lula emitiu nota na noite de terça-feira em que denuncia mais uma vez a parcialidade de Moro e seus comparsas e para cobrar imediata anulação das penas impostas à entidade e ao próprio Lula.
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