O movimento sindical acredita que as mobilizações que acontecem amanhã, sexta-feira, vão dar a partida a uma greve geral para derrubar a contrarreforma da Previdência.

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, aposta que a greve vai acontecer. E uma das estratégias para construir a paralisação nacional é incluir outros segmentos da sociedade, como prefeitos e agentes econômicos que atuam nos municípios, na tarefa de mobilizar as pessoas contra as medidas propostas pelo governo federal. As aposentadorias representam importante receita para os municípios com menos de 100 mil habitantes, e a queda na concessão desses direitos representariam estrangulamento das economias locais, segundo as centrais.

Em 64% das cidades brasileiras, a soma dos benefícios previdenciários de seus habitantes é maior que o Fundo de Participação dos Municípios – ou seja, de cada dez cidades, em mais de seis delas a economia local depende mais do dinheiro das aposentadorias do que os repasses da União, segundo Álvaro Sólon de França, autor do livro “A Previdência Social e a Economia dos Municípios”.

A data da greve geral, ainda não definida, está condicionada ao trâmite da proposta de contrarreforma no Congresso. “Se puserem para votar, a gente faz a greve”, diz Vagner.

O presidente da CUT também comenta a luta contra a medida porvisória 873, baixada pelo governo para inviabilizar a contribuição sindical voluntária. Ele informa que as centrais sindicais estão trabalhando junto ao Senado para que a medida seja devolvida ao Executivo, o que suspenderia a sua aplicação. Além disso, vários sindicatos brasileiros têm conseguido liminares contra a aplicação da regra.

Leia a entrevista a seguir. Ao final, confira os locais e horários de manifestações marcadas para amanhã, Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência.

Vagner, a partir de amanhã, quais serão os próximos passos da luta em defesa das aposentadorias e da Previdência?

O dia 22 é um esquenta para a greve geral. Um dia nacional de aquecimento, é isso que a gente está construindo. E nós já discutimos nas centrais sindicais que se o governo botar pra votar, seja a data qual for, nós construiremos a greve geral para barrar a reforma.

E você tem ideia de quando será a greve geral? Você acaba de dizer que estará colada à data em que a proposta for a voto.

Não temos definição se será no dia da votação, no dia anterior ou num dia próximo. O que temos definição é que a gente fará. Na greve anterior (28 de abril de 2017), nós fizemos no dia da votação. Há quem ache que temos que fazer antes, para já influenciar, há quem ache que deveríamos fazer já, outros que se faça no dia. Eu acredito que temos que planejar com antecedência para que as coisas deem certo. Por isso não acho que possamos fazer já. Acho que o dia 22 será um termômetro para isso, por tudo que estamos fazendo. Estamos pressionando deputados, senadores, aquela campanha toda que a CUT vem fazendo. Estamos rodando os gabinetes, indo às bases eleitorais, o site Reaja Agora está no ar.

 

Vagner durante ato pela Previdência, em 20 de fevereiro

Foto de Roberto Parizotti/CUT

 

As centrais estão tentando trazer setores que normalmente não participam desse tipo de mobilização, outros movimentos, outros coletivos?

Sim. OAB, CNBB. Estamos visitando as associações comerciais nos municípios, as câmaras dos vereadores, conversando com os prefeitos.

Os municípios serão muito afetados.

Sim, porque os municípios não terão renda, não terão arrecadação. A Previdência é uma das principais fontes de arrecadação para os municípios com menos de 100 mil habitantes. Então estamos conversando com os municípios. Estamos tentando agregar mais gente além dos trabalhadores.

O movimento sindical está enfrentando um ataque sem precedentes. Já houve queda na arrecadação. Como a CUT e as centrais estão pensando em se reorganizar para enfrentar essa nova fase?

Em primeiro lugar, vamos tentar derrubar essa medida provisória. Uma comissão de deputados e senadores foi instituída para analisar essa MP. Estamos nos reunindo com cada membro dessa comissão. Estamos trabalhando para que eles se posicionem contra essa medida provisória. A comissão já tem um equilíbrio entre os que concordam e os que não concordam com a medida, mas vamos tentar construir uma maioria contra. E devolver isso para o Executivo. E juridicamente orientamos nossos sindicatos a entrar com liminares questionando a constitucionalidade da medida.

E lá na frente, pensa-se em fusão de estruturas dos sindicatos?

Vamos ter de adequar estrutura e receita. O que nós não queremos é diminuir o nosso poder político, nosso funcionamento político por conta disso, porque é isso que o governo quer. Eu acho que os sindicatos vão ter de pensar outras formas de financiamento que não esse institucional, vai ter de diminuir obviamente o gasto com as suas máquinas. Mas vamos cuidar primeiro dessa MP e da questão da Previdência.

 

No 8 de Março, Previdência também esteve presente

Foto de Roberto Parizotti/CUT

 

Confira os locais e horários das mobilizações de amanhã e participe

Acre
Capital: Palácio do Rio Branco, às 8h

Alagoas
Capital: Praça Centenário, às 15h
Arapiraca: Praça da Prefeitura, às 9h

Amapá
*Capital: Ato unificado na Praça da Bandeira, às 9h
Capital: Ato em frente ao INSS, às 9h

Amazonas
*Capital: Concentração na Praça da Polícia, às 15h, seguindo em passeata para a Praça da Matriz (Centro) às 16h

Bahia
Capital: Rótula do Abacaxi, 9h

Ceará
Capital: Praça da Imprensa (Dionísio Torres), às 8h
Juazeiro do Norte: Ato no Giradouro, às 16h
Iguatu: Ato com concentração na Praça da Caixa Econômica, às 8h
Sobral: Praça de Cuba, às 7h30
Chorozinho: Praça da EEF Padre Enemias, às 8h
Morada Nova (ato regional): Praça da Matriz, às 7h
Russas: Praça Monsenhor João Luiz, às 7h
Aracati: Praça do Prazeres, às 8h
Jaguaruana: Praça da Prefeitura, às 9h
Itaiçaba: EEF Dulcineia Gomes Dinis, às 7h
Solonopole: Ginásio Poliesportivo, às 9h30
Pereiro: Praça da Matriz, às 7h
Itapipoca: Praça dos Motoristas, às 8h
Tianguá: Praça dos Eucaliptos, às 8h
Acopiara: Praça da Matriz, às 8h
Paracuru: Sindicato Rural, às 8h
Crateús: Coluna da Hora, às 7h
Camocim: Pracinha do Amor, às 8h
Paraipaba: Praça do Hospital, às 15h30
Martinópole: Galpão dos Feirantes, às 16h
Jaguaribe: Praça do Fórum, às 16h

Distrito Federal
*Praça Zumbi dos Palmares (SDS), às 17h

Espírito Santo
Capital: Caminhada de Jucutuquara até o Palácio Anchieta, às 8h

Goiás
Ato perto do Serra Dourada, na altura do KM 153 da BR, às 6h

Maranhão
*Capital: INSS no Parque Bom Menino (Centro), às 8h
*Imperatriz: Praça de Fátima, às 8h

Mato Grosso
Capital: Praça Ipiranga, às 16h

Mato Grosso do Sul
Capital: Praça do Rádio Clube, às 9h

Minas Gerais
Capital: Ato na Praça Sete, às 17h
Montes Claros: Praça do Automóvel Clube, às 16h
Cidade de Timóteo: Praça 1º de Maio, às 17h
Coronel Fabriciano: Praça da Rodoviária, às 9h
Ipatinga: Praça 1º de Maio, às 14h
João Monlevade: Praça do Povo, às 9h
*Ouro Preto: Panfletagem

Pará
Capital: Concentração no Banco do Brasil da Ponte Vargas às 7h30, com caminhada até o INSS da Av. Nazaré às 9h
Praça da República, 9h
Marabá: Em frente ao INSS (manhã), Seminário sobre reforma da Previdência na Faculdade Carajás, às 15h
*Parauapebas: Praça de eventos no bairro Cidade Nova, às 6h

Paraíba
Campina Grande: Praça da Bandeira, 10h

Paraná
Capital: Concentração na Boca Maldita, às 9h; ato e panfletagem no INSS da Rua João Negrão, às 11h

Pernambuco
Capital: Praça do Derby, às 15h

Piauí
Capital: INSS (Praça Rio Branco), às 8h

Rio de Janeiro
Capital: Candelária, com caminhada até a Central do Brasil, 16h

Rio Grande do Norte
Capital: INSS da Rua Apodi, nº 2150, às 15h e segue para a Praça dos Três Poderes
Mossoró: Manifestação na base da Petrobrás, às 6h e, concentração no INSS, às 8h e seguem pelas ruas do centro da cidade

Rio Grande do Sul
Capital: Esquina Democrática, às 18h
Caxias do Sul: Praça Dante Aligheri, às 17h
Santa Maria: Praça Saldanha Marinho, às 17h30
Pelotas: Mercado Público às 18h
Passo Fundo: Esquina Democrática, às 17h

Rondônia
*Capital: Praça Marechal Rondon, a partir das 17h

Santa Catarina
Capital: Ticen, às 17h
Blumenau: Em frente ao INSS, às 10h
Joinville: Praça da Bandeira, às 14h
Criciúma: Calçadão da Praça Nereu Ramos, às 13h30
Itajaí: Ato em frente à Igreja Matriz, às 16h
Lages: Aulão popular sobre a Reforma da Previdência, no Calçadão Tiago Fiúza de Carvalho, às 17h

São Paulo
Capital: MASP, às 17h
São Bernardo do Campo,10h Largo Rudge Ramos, Praça São João Batista, em frente à igreja São Carlos: Pça em frente ao Mercado Municipal, às 9h
Bauru: Audiência Pública na Câmara, às 14h
Campinas: Ato dos Servidores Públicos no Largo do Rosário, às 10h; Concentração para o ato e panfletagem na rua 13 de Maio e terminais de ônibus, às 16h30; Ato político, às 18h
Grande ABC: Caminhada com saída na porta da Mercedes Benz e da Ford, às 7h
Mogi das Cruzes: Largo do Rosário (Praça da Marisa), às 10h
Ribeirão Preto: Concentração na Esplanada Dom Pedro II, às 17h
Osasco: Ato público em frente à Estação de trem de Osasco, às 9h
Carapicuíba: Ato público em frente à estação de Carapicuíba, às 5h30 e Ato público no Calçadão, às 9h
Ubatuba: Ato no Ipiranguinha, Posto BR, às 10h, e no calçadão do Centro, das 11h30 às 18h
*São José dos Campos: Praça Afonso Pena, às 10h

Sergipe
Capital: Ato com concentração em frente à Deso, na Rua Campo do Brito, às 15h

Tocantins
*Capital: Em frente ao INSS, às 8h

 

 

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