Manifesto “Unidade para reconstruir o Brasil” une a esquerda
Foi lançado nesta terça-feira (20) o manifesto “Unidade Para Reconstruir o Brasil”, um projeto colaborativo das fundações partidárias do PT, PCdoB, PDT e PSol.
O esforço conjunto foi apresentado como ponto de partida para construir uma base programática que aponte na mesma direção, facilitando o diálogo e a união de amplas forças políticas, sociais, econômicas e culturais.
Estiveram presentes no lançamento a presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann; a presidenta do PCdoB, Luciana Santos; o presidente do PDT, Carlos Lupi; o presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann; além de parlamentares do PT, como Paulo Teixeira, Aldo Arantes, Paulo Pimenta, Benedita da Silva, Paulão, Chico D’Angelo, Lindbergh Farias, Leonardo Monteiro, entre outros.
No debate de apresentação do manifesto, Hoffmann afirmou que o ato é um momento histórico, parabenizando as fundações presentes. “Apesar das divergências, as fundações conseguiram superar isso e apresentar à sociedade e aos partidos, uma proposta que é um início, uma proposta programática para o Brasil”, afirmou a senadora.
“É certo que passamos por uma grande crise do capitalismo internacional, esta crise está redesenhando a democracia capitalista. Não poderia ser diferente no Brasil, onde temos uma elite tão retrógrada, então isso chega aqui com mais intensidade, com o incentivo ao fascismo” destacou.
Gleisi afirmou que “temos uma anormalidade institucional no Brasil”, destacando a ruptura que ocorreu com relação ao pacto constitucional de 1988.
“Esta democracia formal de baixa intensidade era consenso e todos a elogiavam, mas essa democracia foi rompida com o golpe. Continua se rompendo esse pacto ao querer ter uma eleição seletivo, aonde parte da sociedade não pode participar, ao tentar impedir uma candidatura como a de Lula”.
“Atacou-se outro pilar de 1988 que é a proteção social mínima. Era saúde, assistência e educação, e nem isso a elite deu conta de aguentar. Vieram com violência extrema para destruir esse pacto. O bem estar mínimo do Brasil esta sendo desmontado”, completou a senadora.
Gleisi ainda destacou a importância de se mobilizar a população nas ruas. “Temos que apostar na mobilização e organização do nosso povo. O parlamento é muito importante, mas sozinho não sustenta mudanças efetivas no país. Temos que apostar na organização do povo brasileiro”.
A construção da unidade proposta pelo manifesto, afirmou o presidente da fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo (PCdoB), não conflita com as táticas e estratégias eleitorais que cada uma das legendas vá adotar neste ano de 2018. O ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi, que representou o PDT—partido que tem candidato próprio à Presidência, o também ex-ministro Ciro Gomes—concorda: “O importante é podermos estar juntos para derrotar o retrocesso. O futuro depende de nossa coragem e ousadia.
Soberania e autonomia
Para Rabelo, o objetivo maior é a construção de um projeto nacional alternativo, que articule o resgate da democracia e da soberania nacional e a defesa dos direitos sociais e a luta contra a desigualdade. Ele destaca que o “governo intruso” de Temer não é um acidente de percurso e precisa ser contextualizado em seu papel de subordinação à tentativa de recolonização do País e da nova ofensiva neoliberal. “O desafio é construir o desenvolvimento nacional soberano e autônomo, único caminho para assegurar a realização do nosso potencial como Nação”.
Essa necessidade de longo prazo, ressalta o dirigente do PCdoB, deve caminhar junto com as tarefas imediatas das forças progressistas: derrotar o golpe.
O manifesto
O objetivo é construir uma nova maioria política e social capaz de retirar o país da crise e encaminhá-lo a um novo ciclo político de democracia, de soberania nacional e de prosperidade econômica e progresso social.
Subscrevem o documento os presidentes da Fundação Lauro Campos, Francisvaldo Mendes de Souza; Fundação Leonel Brizola-Alberto Pasqualini, Manoel Dias; Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann; e Fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo.