Os estudantes e trabalhadores franceses derrotaram o governo. Três semanas de greves e grandes manifestações de rua obrigaram o primeiro-ministro Villepin a propor um novo projeto de Contrato de Primeiro Emprego ao parlamento.

Os estudantes e trabalhadores franceses derrotaram o governo. Três semanas de greves e grandes manifestações de rua obrigaram o primeiro-ministro Villepin a propor um novo projeto de Contrato de Primeiro Emprego ao parlamento. O anterior, que foi rejeitado, dava às empresas a possibilidade de contratarem empregados com até 26 anos de idade e demiti-los antes de completarem dois anos de trabalho, sem indenização.

O argumento neoliberal em defesa desta proposta é o alto índice de desemprego entre os jovens, que chega a 25% e, portanto, seria necessário reduzir os custos da empregabilidade flexibilizando direitos para gerar empregos. O novo projeto deverá substituir a flexibilidade por incentivos financeiros para as empresas que contratarem jovens.

Este resultado foi um revés político para o presidente Jacques Chirac que tinha Villepin como provável candidato para sucedê-lo nas eleições presidenciais de 2007, o que dificilmente será recuperado, com isto quem se fortaleceu foi o ministro do Interior Sarkozy. É impossível não comparar o ocorrido com o fracasso do Plano Juppé para reformar a previdência social francesa no final de 1995. As mobilizações naquele momento obrigaram o governo a recuar e possibilitaram a vitória do Partido Socialista Francês no ano seguinte, elegendo Lionel Jospin como Primeiro Ministro.

No entanto, tudo indica que o PS desta vez não capitalizou o movimento, apesar da participação de muitos militantes nas centrais sindicais que estavam todas unidas nas mobilizações. Além de minoritário no parlamento, onde o projeto foi discutido e acabou sendo aprovado, não teve grande envolvimento nas mobilizações enquanto partido. Um possível motivo é o fato de estar dividido em torno de quatro possíveis candidatos presidenciais para suceder Chirac em 2007. É esperar para ver.

Na Alemanha terminou uma longa greve nacional de servidores públicos. O motivo foi a intenção do governo nas três esferas de ampliar sua jornada de trabalho de 36,5 horas semanais para 40 horas, sem aumentar salários. A greve terminou com a aceitação dos servidores de aumentar a jornada semanal em uma hora a mais, passando para 37,5.

Ao mesmo tempo em que esta greve termina, os metalúrgicos alemães preparam a sua. É período de renovação do contrato coletivo e diante dos 5% de aumento salarial reivindicados pelo sindicato IG-Metal, os patrões oferecem apenas 1,2%. A previsão é uma grande greve em breve.

Recente relatório da Organização Mundial da Saúde – OMS alerta para a carência de profissionais da saúde nos países em desenvolvimento, particularmente nos mais pobres da África e Ásia. Além de haver número insuficiente nestes países, muitos dos que ali se formam migram para os países mais ricos em busca de melhores salários. (leia mais).

No Nepal ocorre uma greve geral contra o governo do rei Gyanendra coordenada pelas centrais sindicais e principais partidos de oposição. Querem a redemocratização do país que de uma monarquia parlamentar foi transformada em monarquia absolutista após um golpe militar ocorrido em fevereiro de 2005. Foi decretado estado de sítio na capital Katmandú e outras cidades. Até o momento já houve cinco mortos pela repressão policial e centenas de prisões.

Com a entrada em coma da Alca, os EUA passaram a negociar acordos de livre comércio bilaterais. Na semana seguinte às eleições peruanas, o presidente Alejandro Toledo, em fim de mandato assinou em Washington o Tratado de Livre Comércio EUA-Peru. No entanto, a assinatura não garante sua implantação, pois requer tanto aprovação do congresso americano quanto do peruano. Recente mobilização ocorrida no Peru permitiu a coleta de um número suficiente de assinaturas que obriga o governo a submeter a proposta a um referendo.

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