O agrupamento clandestino Euzkadi Ta Askatasuma – ETA (Pátria Basca e Liberdade) anunciou recentemente que decretou o cessar fogo permanente e que estaria disposto a prosseguir sua luta pela autonomia do País Basco por outros meios. Embora não reconhecido oficialmente, tudo indica que está em curso uma negociação entre o ETA e o governo socialista da Espanha visando assegurar a deposição das armas e a integração desse grupo à via política institucional.

O agrupamento clandestino Euzkadi Ta Askatasuma – ETA (Pátria Basca e Liberdade) anunciou recentemente que decretou o cessar fogo permanente e que estaria disposto a prosseguir sua luta pela autonomia do País Basco por outros meios. Embora não reconhecido oficialmente, tudo indica que está em curso uma negociação entre o ETA e o governo socialista da Espanha visando assegurar a deposição das armas e a integração desse grupo à via política institucional.

O ETA foi criado em 1953 por dissidentes do Partido Nacionalista Basco com um braço armado e outro político para resistir ao governo Franco e lutar pela emancipação do País Basco. O “Generalíssimo Francisco Franco” além de impor uma ditadura em toda a Espanha, não concedeu qualquer grau de autonomia aos bascos e ainda tentou estabelecer uma política de migração forçada para que a presença destes nacionalistas nas províncias de Biscaia, Guipuzcoa, Navarra e Alava se reduzisse. Uma das ações mais conhecidas do ETA foi o atentado que em 1974 matou o Almirante Luis Carrero Blanco, já apontado como sucessor de Franco.

Pouco depois teve início a redemocratização da Espanha e embora tenha havido iniciativas para ampliar a autonomia de várias regiões onde havia nacionalidades específicas, o resultado não as satisfez. O ETA prosseguiu com sua campanha armada, mas chocou-se com a opinião pública contrária à solução por este meio. O assassinato de policiais e políticos pelo ETA ao longo dos últimos anos tem sido respondido por mobilizações de milhões de pessoas contra a violência e o terrorismo.

Ironicamente a tentativa do ex-primeiro ministro José Maria Aznar e de seu Partido Popular de imputar ao ETA as explosões de bombas no metrô de Madrid às vésperas das eleições legislativas em 2004 custou-lhes a vitória, pois tentaram comprometer o Partido Socialista Operário Espanhol – PSOE, por supostamente já estar mantendo contatos extra-oficiais com o agrupamento basco. Porém, um dia antes das eleições tornou-se público que os autores haviam sido terroristas, provavelmente ligados a Al-Quaeda, e que o governo sabia. A população castigou esta manobra nas urnas.

O desejo pela autonomia de regiões como a Catalunha e o País Basco, é um fato político real. Os habitantes destas regiões têm culturas milenares, idioma próprio e à medida que suas economias se fortalecem esta vontade aumenta. Com o fim das ações armadas do ETA, se ampliam as chances para que este processo ocorra de forma democrática e negociada.

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