A situação dos conflitos agrários no Pará, estado campeão de mortes de lideranças agricultoras, vem se acirrando nos últimos meses.

A situação dos conflitos agrários no Pará, estado campeão de mortes de lideranças agricultoras, vem se acirrando nos últimos meses. Em função do mês de Luta do MST, os movimentos (também a Fetagri, ligada à CUT) realizaram várias ocupações, que levaram à prisão de seis trabalhadores rurais e uma morte, segundo denúncias.

No mês de março, a Polícia Militar retomou uma onda de despejos, iniciada no ano passado por decisão da Justiça. Segundo a assessoria do MST, “um efetivo de 280 PMs cumpre a operação de reintegração de posse de áreas ocupadas”. “O Estado declarou que vai manter a operação, custe o que custar. O discurso do Estado tem sido empurrar a responsabilidade para o governo federal”, diz uma nota do movimento, emitida no final de março.

No início de abril, o MST declarou, em nova nota, que “as ações realizadas pelos trabalhadores/as do sul e sudeste do Pará são o resultado da ação isolada do governo do Estado e do Poder Judiciário, que descumpriram todos os acordos estabelecidos em audiências anteriores, como a que estabeleceu que qualquer ação que envolva áreas de interesse de reforma agrária passaria por uma discussão ampla na perspectiva de estabelecer um acordo que beneficiasse a segurança e o bem estar dos trabalhadores e trabalhadoras”.

Segundo o MST, no sul do Pará a situação é a mais crítica. “Há sete anos, famílias acampadas no Acampamento 26 de março aguardam do STF o decreto de desapropriação da Fazenda Cabaceiras, que consta na lista da prática de trabalho escravo, crimes ambientais e grilagem de terras da União. Temos o caso das famílias do Acampamento Lourival Santana que há dois anos estão em parte da Fazenda Peruano, terra esta comprovadamente grilada. A impunidade reinante nos casos de assassinatos de trabalhadores/as, lideranças, religiosos/as e advogados”.

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