O cenário no PMDB continua indefinido. No mês de março, o partido dividia-se entre os que defendem uma candidatura própria à presidência da República, os que defendiam apoiar a candidatura de Lula e os que defendiam que o partido não tivesse candidato.

Uma prévia interna deu maioria para a candidatura do ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho. Mas setores do PMDB seguiram defendendo outras alternativas. Mais recentemente, o ex-presidente da República Itamar Franco apresentou-se como possível pré-candidato do partido à presidência. Em resumo, tudo pode acontecer, inclusive nada.

Garotinho, ao mesmo tempo em que aparece nas pesquisas de intenção de voto como uma opção eleitoral viável (segundo as pesquisa dos institutos Datafolha e CNT/Sensus, teria sido o único candidato que apresentou crescimento), vê que os obstáculos no percurso até a obtenção da legenda para concorrer pelo PMDB ameaçam tornar-se intransponíveis.

A dinâmica eleitoral determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), ao manter a exigência da verticalização das alianças, faz com que a maioria dos peemedebistas trabalhe para que o PMDB não tenha candidato a presidente e, assim sendo, fique livre para definir as candidaturas regionais com vários partidos.

Os bons resultados nas pesquisas, aliados ao trabalho de articulação política que lhe valeu a vitória sobre o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, nas prévias do PMDB, dava a Garotinho a certeza de que seria o candidato do partido. No entanto, foi surpreendido na véspera da reunião da Executiva Nacional do partido, realizada em Brasília na primeira semana de abril, pelo ex-governador de São Paulo, Orestes Quércia, que lançou a candidatura do ex-presidente Itamar Franco à sucessão de Lula.

O ex-governador do Rio de Janeiro mantém sua candidatura e parece confiar de verdade em suas possibilidades de vitória. Acha que a candidatura do tucano Geraldo Alckmin não decola e aposta ainda no desgaste da candidatura Lula. Garotinho tenta apresentar-se como uma possível terceira via entre PT e PSDB.

A ala governista encabeçada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, e pelo senador José Sarney, defendem que o partido não tenha candidato próprio, entre outros motivos, para ter mais liberdade nas coligações estaduais. De acordo com os resultados das pesquisas, a desistência de uma candidatura própria do PMDB poderá definir as eleições já no primeiro turno. Neste caso, o PT levaria a vantagem.

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