Nos primeiros sete meses de 2019, 21.873 declarações de saída definitiva do país foram entregues à Receita Federal, valor que corresponde a 94% das declarações entregues ao órgão em todo o ano de 2018. Os dados são de reportagem do Jornal Estado de Minas.

Os dados citados pela reportagem mostram que em 2014 foram 12.520 declarações, em 2015, 14.920, em 2016, 21.040, em 2017, 22.943 e em 2018, 23.149. Só de janeiro a julho de 2019, foram entregues 21.873 declarações à Receita Federal. A entrega de tal declaração significa,
por parte do declarante, que se retirou do Brasil em caráter definitivo ou passou à condição de não residente no Brasil.

Os números são reflexo da desesperança dos brasileiros, com uma crise no mercado de trabalho que já dura quase cinco anos e com letargia da atividade econômica. Os números não desaceleram com o governo Bolsonaro, pelo contrário: teremos novo recorde no ano de 2019.

Os que emigram, no entanto, não são os que mais sofrem com a crise pois estudos têm mostrado que o perfil dos emigrantes nesta fase tem
sido de maior escolaridade e melhor nível socioeconômico, o que lhes coloca em uma posição mais privilegiada na sociedade brasileira.
Alguns estudiosos já tem chamado a atenção para a aceleração do fenômeno da “fuga de cérebros”, em que indivíduos com maior escolaridade (em muitos casos realizada em instituições públicas) saem do país em busca de melhores oportunidades.

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