Em 28 de maio, o Senado votou pela continuidade da MP 870/2019, mantendo em quase sua totalidade a reforma ministerial de Bolsonaro. Porém, no que se refere aos povos indígenas, houve derrota do governo, uma vez que a maioria dos senadores votou pelo retorno da Funai, antes no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, para o Ministério da Justiça, reincorporando também a responsabilidade pela demarcação de terras indígenas, que havia sido alocada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) .

A versão da MP foi submetida ao Senado no formato de projeto de lei, depois de ter sido aprovada, com alterações, pela Câmara dos Deputados no dia 22 de maio.

O retorno da Funai e da demarcação de terras indígenas para o Ministério da Justiça pode ser avaliado como uma vitória dos povos originários frente aos retrocessos impostos pelo governo Bolsonaro. O tema estava entre as principais reivindicações das lideranças indígenas brasileiras que se reuniram em torno do Acampamento Terra Livre, ocorrido em abril deste ano em Brasília. O encontro contou com cerca de 4 mil índios e, ao longo do tempo que estiveram em Brasília, as representações indígenas reuniram-se com os presidentes do Senado e da Câmara do Deputados para pedir apoio na alteração dos efeitos da MP 870/2019.

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