O governo golpista de Michel Temer tentará barrar na Câmara dos Deputados a denúncia feita pelo ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer e alguns de seus ministros, como Eliseu Padilha e Moreira Franco. Para que seja aceita a denúncia por formação de organização criminosa e obstrução de justiça e o Supremo Tribunal Federal autorize a investigação, são necessários 342 votos no plenário da Câmara. Assim como na primeira denúncia, por corrupção passiva, espera-se que o governo aposte nas manobras e na compra de parlamentares, com distribuição e liberação de emendas e cessão de cargos nos órgãos federais, estatais e autarquias.

Nessa denúncia, no entanto, o governo não conseguirá acelerar os prazos nem garantir de maneira rápida o quórum necessário para votar a denúncia em plenário. Além dos cargos e emendas, também é cogitada a hipótese de alterar projetos em tramitação no Congresso e que interessam ao Executivo e aos deputados, em sua maioria ligados a setores financeiros e empresariais, como o programa de regularização tributária, Refis, que perdoará bilhões em dívidas com a União. A expectativa é que o governo só apresente sua defesa na próxima semana. Nessa ocasião, não contará com o advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, por este já ter defendido o doleiro Lúcio Funaro, que também foi denunciado.

Mais uma vez, os deputados da base aliada darão as costas à opinião pública para livrar o presidente golpista Michel Temer, que é rejeitado pela imensa maioria da população e se afunda cada vez mais em acusações de corrupção. Após a imensa liberação de recursos e cargos para barrar a primeira denúncia, espera-se que os deputados mais uma vez façam pressão contra o Planalto para conseguir aumentar o seu poder de barganha.

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