FPA realiza em Natal (RN) oficina da série Estudo sobre os Estados, após debates em Alagoas e Sergipe

A recuperação do investimento e desenvolvimento social no estado do Rio Grande do Norte, e metodologia de elaboração do programa de governo foram os dois temas trabalhados na oficina Estudo dos Estados Brasileiros, realizada pela Fundação Perseu Abramo (FPA), com o apoio do diretório estadual do Partido dos Trabalhadores (PT), realizada neste sábado, 5, em Natal, capital do estado.

Recuperação do investimento e desenvolvimento social no Rio Grande do Norte

Na abertura, a deputada federal petista Fátima Bezerra, saudou os presentes, lembrando da importância do debate programático na atual conjuntura, marcada por processos eleitorais nos próximos meses. “Vamos viver períodos e eleições desafiadoras, no Rio Grande do Norte, e também no plano nacional. Será dum debate difícil, mas o povo brasileiro vai sair vitorioso, por isso é fundamental debatermos, em todas as oportunidades possíveis”, ressaltou a deputada.

Já Fátima Cleide, diretora da FPA, e responsável pelo projeto Estudo dos Estados Brasileiros, série de estudos e publicações com o objetivo de oferecer uma análise da situação de cada estado, a partir do diagnóstico sobre a economia, sociedade, infraestrutura e administração pública de cada unidade federativa e as principais regiões, reforçou a necessidade de ampliar as avaliações e propostas petistas na atual conjuntura.

“Para a FPA é importante poder cumprir esse papel com mobilização para o debate sobre o processo eleitoral e qualificar ainda mais a contribuição que cada um de nós pode dar neste cenário”, disse a diretora da Fundação.

Recuperação do investimento e desenvolvimento social no Rio Grande do Norte
E, aproveitando o clima de Copa do Mundo, Fátima Cleide lembrou que, apesar de não ter candidatura própria ao governo do estado, o Partido dos Trabalhadores tem alta capacidade de contribuição política e de conteúdo. “Não podemos entrar no campo, enquanto time, apenas com uma candidatura. O PT tem a obrigação de discutir com a sociedade a continuidade do  projeto que está transformando o Brasil, por isso realizamos a série Estudos para os Estados, para fomentar, com dados qualificados, essa reflexão e a atualização das propostas para o programa de governo em cada unidade da Federação”, afirmou Fátima.

Na sequência, Aldemir Freire, chefe do escritório estadual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, apresentou o Estudo sobre o Estado do Rio Grande do Norte, que pode ser acessado aqui, e que teve coordenação do professor José Antonio Spinelli.
Recuperação do investimento e desenvolvimento social no Rio Grande do Norte
Freire destaca dois processos de crescimento distintos para o estado do Rio Grande do Norte. O primeiro se dá 2001, quando o estado cresce com taxas acima das verificadas para outros estados do Nordeste, mas com concentração de renda.  Outro momento acontece após 2002, com redução das desigualdades, aumento do emprego, notadamente o formal, e aumento real de renda da população, com ritmo de avanço inferior ao registrado nos demais estados do Nordeste.

“Parte considerável para explicar o menor ritmo de crescimento do estado frente ao Nordeste, foi o que aconteceu com a rede de petróleo e gás. A rede, a partir de 2009, reduz sua produção de petróleo em um terço, e de gás em 50%. Como a indústria do petróleo tem um peso significativo em nossa economia, essa queda acabou segurando um pouco nosso crescimento, que passou a ser em um ritmo menor do que outros estados”, ressaltou Freire.

Recuperação do investimento e desenvolvimento social no Rio Grande do Norte
Paralelo a este movimento, acrescenta o pesquisador, somaram-se investimentos importantes em outros estados da região, que não alcançaram o Rio Grande do Norte. “Temos um polo significativo de investimentos no porto de Suape, em Pernambuco, Pecém, no Ceará, e nos cerrados há um desenvolvimento da soja, no Maranhão as atividades ligadas à exportação de ferro, a construção da Transnordestina, a transposição do Rio São Francisco, nada disso está no RN”, elencou Freire.

Entretanto, lembra o pesquisador, “estamos crescendo menos, mas em um modelo socialmente mais justo”. Apesar deste processo, Freire lembra que ainda há grandes desafios no estado, em especial a redução da pobreza. “Em 2010 ainda tínhamos 450 mil pessoas abaixo da linha de pobreza, crescemos, mais ainda temos um déficit social muito grande. Precisamos de investimentos portuários, e recursos estaduais e políticas de apoio à agricultura familiar, comabinados com uma outra política de investimentos em recursos hídricos”.

Se não for recuperada a capacidade do estado em atrair estes investimentos, “temo que reforçaremos um ‘esgarçamento’ da malha de desenvolvimento na região, com Ceará, Pernambuco e Bahia concentrando os grandes investimentos, e também nacionalmente, com reconcentração de recursos na região Sudeste”, concluiu.

Recuperação do investimento e desenvolvimento social no Rio Grande do Norte

Em seguida, Maria Alice, da Escola Nacional de Formação do PT apresentou a metodologia para elaboração do programa de governo, e Geraldo Pinto apresentou a síntese do Plano de Governo da candidatura majoritária de Robson Faria e Fábio Dantas.

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