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21 de março de 2014
POLÍTICA NACIONAL
Dilma mantém larga vantagem e venceria eleições no primeiro turno, segundo Ibope:A pesquisa Ibope divulgada na noite desta quinta-feira, 20, mostrou que o quadro eleitoral pouco se alterou desde a última medição do mesmo instituto, em novembro 2013. A diferença entre os candidatos se manteve praticamente inalterada, com os candidatos da oposição somados alcançando 23% dos votos, enquanto a presidenta Dilma angaria cerca de 43%, quadro no qual venceria as eleições ainda no primeiro turno. Na pesquisa, Aécio Neves aparece em segundo colocado com 15% dos votos, e Eduardo Campos mantém os 7% da pesquisa anterior. A mudança que ocorreu deu-se no cenário no qual a candidata do PSB  seria a ex-senadora Marina Silva, que agora aparece em terceira colocada, atrás de Aécio Neves (14%) com apenas 12% das intenções de voto. Em todas as simulações de segundo turno, a presidenta Dilma venceria com ampla vantagem, registrando 47% dos votos contra 20% de Aécio Neves, e 47% a 16% caso o adversário seja Eduardo Campos.
Comentário: A manutenção da vantagem de Dilma nas pesquisas mostra que sua imagem está resistindo à onda de pessimismo artificialmente criada por alguns analistas financeiros e setores da mídia visando minar a popularidade do governo federal. No mercado financeiro, as especulações com as pesquisas eleitorais tiveram início, após um boato de que a presidenta Dilma teria caído na pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira. Obviamente, os boatos geram volatilidade no mercado, abrindo amplas possibilidades de ganhos para os especuladores financeiros que criaram a notícia falsa. Do ponto de vista político, no entanto, não havia qualquer motivo para grandes alterações nas pesquisas de intenção de votos, que devem permanecer em bases similares a atual ao menos até o final da Copa do Mundo, quando os eleitores passarão a voltar sua atenção crescentemente para a campanha eleitoral.
ECONOMIA NACIONAL
IPCA-15 vem menor que esperado e registra alta de 0,73%: O IPCA-15, prévia do IPCA e que registra a variação dos preços do dia 15 do mês anterior até o dia 15 do mês de referência, fechou março com aumento de 0,73%, após ter registrado alta de 0,70% em fevereiro. A aceleração do índice já era esperada dada a pressão inflacionária por parte dos alimentos, causada pela longa estiagem, mas veio abaixo das expectativas do mercado, que esperava em média uma taxa de inflação de 0,76%. O principal fator que determinou a aceleração do índice foi a alta no preço de alimentos e bebidas, de 1,11% contra 0,52% no mês anterior. O aumento no preço dos transportes também impactou o índice, ao sair de uma alta de 0,09% em fevereiro para 1,22% em março, impulsionado pela elevação no preço do etanol (que se encontra na entressafra). Juntos, alimentos e transportes foram responsáveis por 68% do índice no mês.
Comentário: A pressão inflacionária atual tem claros componentes de choques de oferta, decorrentes de quebras de safra ou da entressafra de alguns produtos agrícolas. Contra choques de oferta há muito pouco que o Banco Central possa fazer para conter o impacto inflacionário inicial, cabendo à autoridade monetária apenas se assegurar que tal choque não cause um descolamento das expectativas, e não se propague assim para o restante do tecido econômico. Em diversos outros países o índice inflacionário considerado para os objetivos do Banco Central exclui a variação de alimentos e preços ligados a energia, devido a sua alta volatilidade e ao fato de serem fatores fora do controle da autoridade monetária (em geral são preços negociados internacionalmente e fortemente afetados por eventuais choques de oferta). No Brasil o índice utilizado como base da meta inflacionária é o IPCA, que sofre forte influência de variações eventuais destes preços, obrigando o Banco Central a reagir a choques de oferta que estão absolutamente fora de seu controle.
AGENDA DO DIA
EVENTO HORÁRIO ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO
IPCA-15 9h IBGE
Confiança da Indústria/Brasil 9h CNI
Análise: Guilherme Mello, Economista