IPC-Fipe e IGP-M desaceleram na primeira medição de fevereiro

 

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11 de fevereiro de 2014
 
ECONOMIA NACIONAL
IPC-Fipe e IGP-M desaceleram na primeira medição de fevereiro:Dois índices de inflação divulgados na manhã de hoje apontam para desaceleração da inflação no início do mês de fevereiro. O Índice de Preços ao Consumidor calculado pela Fipe (IPC-Fipe) apresentou alta de 0,86% na primeira medição do mês, contra elevação de 0,94% na última pesquisa de janeiro. A desaceleração está ligada à redução no ritmo de alta dos grupos “educação” (saindo de alta de 6,95% para 5,89% no início deste mês), “alimentação” (0,7% para 0,53%) e “transportes” (0,6% para 0,48%). Já o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) calculado pela FGV apresentou elevação de 0,22%, número também inferior ao registrado na última medição de janeiro, quando havia subido 0,37%. O principal recuo neste índice se encontra nos preços dos produtos agrícolas no atacado, que apresentaram queda de 1,63%, contra queda de apenas 0,12% no último período de janeiro.
Comentário: As boas notícias no front inflacionário permanecem, sendo que os índices de produtos atacados (como o IGP) continuam apresentando desaceleração. O impacto do grupo “educação” no IPCA aparecerá mais fortemente em fevereiro, no entanto a queda dos preços de produtos alimentícios no atacado aponta para um cenário de inflação moderada ao longo do primeiro semestre de 2014. Permanecem, entretanto, as preocupações com eventuais impactos inflacionários de um novo aumento dos combustíveis (que deve ser concedido em breve para normalizar o fluxo de caixa da Petrobras), com a transmissão para os preços das recentes desvalorizações cambiais e com o eventual efeito inflacionário da Copa do Mundo no setor de serviços. A percepção crescente no mercado, no entanto, é de que o ajuste monetário e o esforço fiscal do governo, conjugados a um ritmo menor de crescimento da renda, serão suficientes para manter a taxa de inflação em níveis similares ou menores do que os registrados em 2013.
 
Emprego na indústria cai 1,1% em 2013, apesar de setor crescer 1,3%: Apesar do crescimento do setor industrial no ano de 2013, com expansão de 1,3% e crescimento do faturamento da ordem de 3,8%, o emprego industrial apresentou queda de 1,1% no período. A queda no número de empregados se verificou em 11 dos 18 setores pesquisados, sendo que a queda nas horas pagas no ano foi de 1,3%. Estes dados se somam aos indicadores negativos de 2012, quando o emprego da indústria já havia cedido 1,4% em relação ao ano anterior. A boa notícia fica por conta da ampliação da folha de pagamento real no setor, que expandiu 1,2% em comparação com 2013, refletindo a contínua valorização salarial em voga no país.
Comentário: Os dados do emprego e do faturamento apontam em direções diversas: enquanto o emprego diminui no setor, o faturamento segue avançando. Isso demonstra que a política de desonerações do governo federal teve um impacto apenas relativo na dinâmica de crescimento do setor industrial: ao mesmo tempo em que aliviou as comprimidas taxas de rentabilidade do setor (que sofreram com a valorização cambial e o crescimento da concorrência externa), as desonerações foram insuficientes para projetar um novo ciclo de investimentos e contratação na indústria nacional. Mais que isso, estes dados apontam para uma espécie de estratégia defensiva dos empresários, que investem em tecnologias poupadoras de mão de obra (ampliando a produtividade e rentabilidade do capital), mas não na expansão de sua capacidade produtiva. Na realidade, a política de desonerações funcionou também como uma espécie de “política industrial defensiva”, que evitou que os impactos da crise e da crescente concorrência externa devastassem nosso parque industrial, mostrando-se, no entanto, insuficiente para dar início a um novo crescimento e expansão generalizada da indústria. Com a recente desvalorização cambial, aliada ao novo ciclo de projetos de infraestrutura e à manutenção de algumas desonerações, é possível que o setor industrial apresente uma recuperação mais vigorosa em 2014. Não se deve esperar, entretanto, uma mudança radical no ritmo de crescimento do setor, que ainda depende muito de fontes de financiamento oficial e é negativamente afetada pelo aumento das taxas de juros.

 

AGENDA DO DIA
EVENTO HORÁRIO ÓRGÃO DE DIVULGAÇÃO
IPC-Fipe 5h FIPE
IGP-M 8h FGV
Emprego Industrial/Brasil 9h IBGE
Abertura de vagas/EUA 13h JOLTS
Análise: Guilherme Mello, Economista
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