IPCA desacelera em novembro e inflação deve fechar 2013 abaixo de 2012.

 

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IPCA desacelera em novembro e inflação deve fechar 2013 abaixo de 2012: O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou desaceleração no mês de novembro, registrando alta de 0,57% (contra 0,60% de outubro). Esta desaceleração levou o acumulado do IPCA no ano para 4,95%, abaixo dos 5,01% registrados em 2012. No acumulado de 12 meses, a alta é de 5,77%. Em novembro, a principal queda verificada ficou por conta do setor alimentício, que após registrar alta de 1,03% em outubro, desacelerou para 0,56%. A queda nos preços do arroz (-1.04%) e do feijão (-7,96%) puxou a desaceleração neste grupo. Além disso, artigos de residência (de 0,81% para 0,38%) e vestuário (1,13% para 0,85%) contribuíram para a desaceleração do índice.  .

Comentário: A desaceleração do IPCA já era esperada, tendo em vista o pronunciado recuo nos preços do atacado nos últimos meses (confirmada pela queda do IGP-DI anunciada hoje, 6, partindo de 0,63% em outubro para 0,28% em novembro) e o fim do repasse da alta destes preços para o varejo, já verificado em outros índices inflacionários. A inflação de 2013, portanto, deverá fechar abaixo da verificada em 2012 e em um patamar bastante “comportado”, apesar da desvalorização cambial de mais de 15% no ano e do aumento do crescimento econômico em relação a 2012. Na ausência de grandes choques de oferta (como quebra de safras, que afetaram negativamente a inflação no final de 2012 e início de 2013) as perspectivas para 2014 são de abrandamento ainda maior dos preços em vista da queda no ritmo de expansão da demanda e a eventual ausência de grandes desvalorizações cambiais. Aos críticos contumazes da política econômica, restará o discurso do baixo crescimento e da questão fiscal, que afetam apenas indiretamente a vida da população, tendo um impacto político-eleitoral muito inferior a um possível repique inflacionário.
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Índia sinaliza que aceitará acordo e reunião da OMC em Bali deve ser bem sucedida: As negociações na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Bali, apresentaram um significativo avanço nesta sexta-feira, 6, com a garantia de que a Índia aceitará a proposta feita pela entidade sobre segurança alimentar, pauta que estava bloqueando as negociações para o acordo. Basicamente, a proposta assegura que na próxima reunião em Genebra a Índia terá uma solução definitiva para seus pleitos sobre manutenção de subsídios à produção de alimento acima do permitido pela OMC. O presidente da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, possui apoio da grande maioria dos países para fechar este grande acordo multilateral de comércio, que, segundo o embaixador brasileiro Luiz Alberto Figueiredo, seria de grande valia para o Brasil por desbloquear o comércio internacional com outras nações e reduzir a volatilidade dos preços agrícolas.

Comentário: A rodada da OMC em Bali já era dada como perdida por diversos analistas, após a Índia recuar três vezes de posições anteriormente assumidas. Com esta sinalização positiva por parte da Índia, no entanto, a possibilidade de acordo é grande, o que afastaria as críticas ao governo brasileiro de ter apostado demasiadamente em acordos de comércio multilaterais, ao invés de se dedicar a acordos bilaterais com as grandes potências econômicas. Mais que isso, o sucesso da rodada de Bali será uma grande vitória política do presidente Roberto Azevêdo, que havia sido eleito com o objetivo de destravar as negociações há muito bloqueadas da entidade. Isso garantirá, em futuras reuniões, maior poder de coordenação política ao presidente e maior chance de sucesso nas novas rodadas de negociação.
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Análise: Guilherme Mello, Economista
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