MP acha superfaturamento de R$ 875 milhões em SP e pede suspensão de contratos.

 

 
MP acha superfaturamento de R$ 875 milhões em SP e pede suspensão de contratos: O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) pediu a suspensão de uma série de contratos do Metrô paulistano sob suspeita de fraude e formação de cartel pelas empresas Siemens e Alston. Segundo o promotor responsável pelo caso, Marcelo Camargo Milani, há provas da formação de cartel entre as empresas com o apoio e anuência do governo do Estado. As irregularidades nestes contratos específicos teriam ocorrido na gestão José Serra, além das outras várias denúncias de corrupção na estatal envolvendo os governos Alckmin e Covas. Em outra frente, o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu não prover o recurso da Procuradoria Estadual e mandou que se refizesse o processo, incluindo todas as empresas envolvidas no escândalo e detalhando valores e contratos investigados.
Comentário: O volume de recursos envolvido no escândalo do Metrô paulistano já seria suficiente para atrair a atenção da grande mídia para o caso, mas esta ainda prefere discutir as motivações supostamente políticas por trás das denúncias. É cada dia mais evidente a contaminação eleitoral da cobertura jornalística dos principais meios de comunicação, que garantem grande amplitude da cobertura para a renúncia do deputado José Genoino ou os sócios da cadeia hoteleira que ofereceu emprego a José Dirceu, enquanto trata com ambiguidade e pouco destaque as gravíssimas denúncias contra o PSDB paulista e seus principais representantes. Na realidade, quando se volta à cobertura deste caso, parte da imprensa busca lançar suspeitas sobre a origem da denúncia e o papel do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, no encaminhamento da mesma, ao invés de destacar o conteúdo das denúncias, que já foi parcialmente comprovado pelas investigações da justiça suíça. Esta “leniência” da grande mídia com os tucanos paulistas permitiu manobras como as observadas na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde parlamentares governistas esvaziaram o plenário para evitar a aprovação de CPIs que possam aprofundar as investigações destas denúncias. Apesar disso, a dimensão do escândalo deverá ser suficiente para atrair atenção de parte da população e lançar suspeitas sobre as gestões tucanas no governo do Estado de São Paulo, com possíveis repercussões eleitorais em 2014.

Produção industrial cresce em outubro e inflação cai em novembro: A produção industrial registrou a terceira alta consecutiva no mês de outubro, crescendo 0,6% em relação ao mês de setembro, quando já havia crescido 0,5%. O resultado surpreendeu positivamente, diante da expectativa de estabilidade na produção por parte dos analistas financeiros. Com este resultado, a produção industrial apresenta avanço de 0,9% na comparação com outubro de 2012, sendo 1% no acumulado de 12 meses e 1,6% no acumulado dos 10 primeiros meses de 2013. A alta na produção mensal foi puxada pelo setor de semiduráveis e não duráveis (1%) e bens de capital (0,6%), influenciada pela alta na indústria de máquinas e equipamentos (2,7%). Apenas o setor de bens de consumo duráveis apresentou recuo de 0,6%. No campo inflacionário, a boa notícia fica por conta do recuo do IPC-Fipe, por conta da queda no preço dos alimentos. Saindo de alta de 0,52% na terceira quadrissemana do mês de novembro, o índice recuou para 0,40% na última semana, com o grupo alimentação desacelerando de alta de 1,17% para elevação de 0,80% no período mais recente. Outras quedas como vestuário (0,47% para 0,34%) e despesas pessoais (0,75% para 0,74%) também contribuíram para a queda do IPC-Fipe.

Comentário: O resultado surpreendentemente positivo da produção industrial em outubro, com crescimento na produção de máquinas e equipamentos, indica um início de quarto trimestre animador para a atividade econômica. Após os dados insatisfatórios do PIB do terceiro trimestre divulgados ontem, 3, o resultado positivo da atividade industrial sinaliza para um quarto trimestre mais alvissareiro, desde que tal comportamento se repita ou amplie em novembro. Já no campo inflacionário, a desaceleração na alta dos produtos alimentícios pode indicar que novembro será realmente o ponto de reversão do repasse inflacionário da alta dos preços do atacado para o varejo. Caso isto se confirme, ainda veremos uma taxa pressionada em novembro, mas dezembro tende a apresentar resultados melhores, possibilitando ao governo alcançar a meta de fechar o ano com uma inflação menor que a verificada em 2012, quando fechou o ano com alta de 5,84%..
Análise: Guilherme Mello, Economista
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