Produção industrial de setembro cresceu 0,7% no Brasil, segundo IBGE.

 

FPA Informa 76
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Produção industrial de setembro cresceu 0,7% no Brasil, segundo IBGE: O IBGE divulgou na manhã de hoje, 1º, que a produção industrial nacional cresceu 0,7% no mês de setembro, em relação a agosto. O crescimento em setembro foi puxado pela indústria automobilística, que avançou 6,2% no período entre agosto e setembro, sendo que a produção de bens de capital cresceu 4%. Em 12 meses, o crescimento industrial soma 1,1%, sendo que em comparação a setembro de 2012 o crescimento foi de 2%. No acumulado do ano até setembro, a produção industrial registrou alta de 1,6%, com destaque para o avanço da indústria de bens de capital (14,6%). Na comparação setorial do acumulado em 12 meses, a indústria de bens de capital avançou 7,8%, a de bens intermediários cresceu modestos 0,1%, a de bens de consumo duráveis aumentou 3,1% , e a de semi e não duráveis teve ampliação de 0,2%.
Comentário:O resultado da produção industrial de setembro é positivo, apesar de ter ficado ligeiramente abaixo da média das previsões do mercado (1,3%). Caso o crescimento, mesmo que modesto, se mantenha em outubro, é possível se falar em uma reversão da tendência de queda da produção que se verificou em julho e agosto, retomando-se o caminho da expansão industrial. A expansão vigorosa do setor de bens de capital no mês, e ao longo do ano, demonstra uma recuperação da taxa de investimento, que deve resultar em um crescimento mais perene da indústria no futuro. O resultado de setembro não repõe a queda de julho, mas contribui para o crescimento de 0,8% da industrial no terceiro trimestre, abrindo a possibilidade real de expansão do PIB neste período..
 

Déficit fiscal em setembro coloca governo em alerta:O déficit fiscal registrado pelo Tesouro Nacional em setembro dificulta a obtenção da meta de superávit primário para o ano, mesmo com a expectativa de recebimento das receitas extraordinárias do pré-sal e da expansão do Refis. O déficit primário do governo federal no mês de setembro, tradicionalmente um mês difícil para as contas públicas, dado o pagamento de abonos salariais, foi de R$ 10,76 bilhões. Com isso, o superávit primário acumulado ao longo de 2013 caiu para R$ 26,68 bilhões, cerca de 0,76% do PIB. A meta de superávit para 2013 é de R$ 73 bilhões, ou 2,1% do PIB, o que faz com que o governo tenha que poupar R$ 46,3 bilhões (ou 1,32% do PIB) nos três últimos meses do ano. Mesmo com a expectativa de recebimento de cerca de R$ 27 bilhões em receitas extraordinárias (sendo R$ 15 bilhões de Libra e R$ 12 bilhões do Refis), ainda faltaria ao governo economizar cerca de R$ 19 bilhões no último trimestre do ano, meta de difícil cumprimento dada a recorrente frustração nas receitas fiscais. O pagamento de dividendos das estatais programado ainda para 2013 pode auxiliar, no entanto, na obtenção da meta.

Comentário: O governo manteve oficialmente a expectativa de economia de R$ 73 bilhões para o ano, mesmo sabendo das dificuldades em obter tal cifra. Boa parte da dificuldade fiscal deste ano está relacionada às isenções tributárias concedidas pelo governo, que devem somar algo em torno de R$ 50 bilhões no ano. Além disso, os estados e municípios também não têm contribuído significativamente com seu quinhão de esforço fiscal, tendo cumprido menos de 50% da meta prevista para eles no ano. Essa conjugação de fatores, aliado ao fato de que as receitas tributárias cresceram lentamente ao longo de 2013 (fruto do baixo crescimento recente do PIB) agravaram o cenário fiscal deste ano. Para piorar o que já não é bom, o crescimento dos gastos públicos não significou uma ampliação significativa do investimento público, sendo concentrado em gastos correntes. A boa notícia fica por conta de que tais gastos correntes são, basicamente, transferência para as famílias, por meio de pagamentos de benefícios sociais ou projetos de renda básica. Resta a certeza, no entanto, de que apenas um crescimento mais vigoroso da economia será capaz de aliviar as contas públicas, sendo que este crescimento em parte deve ser puxado pela ampliação do investimento público, em detrimento da ampliação vigorosa dos gastos correntes.
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Análise: Guilherme Mello, Economista
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