Semana é marcada por definição do quadro eleitoral de 2014

 

 
Semana é marcada por definição do quadro eleitoral de 2014: Esta é a última semana para políticos se filiarem a um partido caso queiram disputar as eleições de 2014. O prazo de filiação, que se encerra no próximo dia 5 de outubro, faz com que muitos(as) candidatos(as) potenciais tenham que definir sua sigla partidária às pressas, mas dois casos são o centro das atenções dos analistas políticos: Marina Silva, que corre contra o tempo para viabilizar a “Rede” e José Serra, que precisa definir até sexta-feira, 4, se sairá do PSDB para candidatar-se por outra legenda (provavelmente o PPS). O caso da “Rede” será julgado, provavelmente, na quinta-feira, 3, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidirá se deve conceder o registro partidário para a sigla, mesmo sem a validação das 492 mil assinaturas exigidas para a criação de novos partidos. Caso o registro não seja concedido, Marina ainda teria a opção de se filiar a um partido já existente para viabilizar sua candidatura, mas esta hipótese tem sido recorrentemente rechaçada pela potencial candidata. Quanto a Serra, depende apenas de uma decisão pessoal, que deve ser anunciada apenas no limite do prazo de filiação.
Comentário: Outros casos, de natureza local, também atraem a atenção da imprensa e dos analistas políticos: no Ceará, o destino da família Ferreira Gomes e seus aliados (recém desfiliados do PSB) deve ser o PROS, mas a decisão só será anunciada nos próximos dias. Já no Distrito Federal, a expectativa é sobre a candidatura de José Roberto Arruda (ex-DEM e atualmente sem partido) investigado, mas ainda não julgado pelos crimes denunciados no mensalão do DEM. Dentre os casos de repercussão nacional, aqui citados, o de Marina é o que tem maior potencial para alterar o cenário eleitoral em 2014, devido aos elevados índices de intenção de voto alcançados pela candidata em recentes pesquisas e pelo incerto redirecionamento destes votos para as demais candidaturas.

IPC-S da última semana de setembro avança 0,3%:OÍndice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) calculado pela FGV registrou alta de 0,30% na última semana do mês de agosto, uma leve alta em comparação aos 0,27% registrados na semana anterior. As maiores altas registradas foram dos grupos habitação (0,43% para 0,51%) e vestuário (0,65% para 0,86%), enquanto o grupo alimentação apresentou recuo, de 0,20% para 0,14%, assim como o grupo despesas diversas (0,22% para 0,09%).

Comentário: Ainda não estão claros os eventuais repasses da desvalorização cambial para os preços ao consumidor no mês de setembro. Apesar dos IGPs, que medem melhor o aumento dos preços no atacado, terem apresentado elevação expressiva nos últimos meses, o repasse desta alta dos preços dos insumos, no atacado, ainda não parece ter atingido diretamente a dinâmica dos preços no varejo. A aceleração da inflação até o final do ano é uma tendência histórica, mas se for mantida no atual ritmo, é plausível esperar uma inflação de 5,8% ao final de 2013, como previu o BC ontem, 30/9, em seu boletim de inflação.

Sem acordo sobre orçamento, EUA entram em “shut down” parcial: Após 17 anos, os EUA se veem novamente ante um cenário de paralisação dos serviços públicos e até eventual calote na dívida, devido às dificuldades políticas na aprovação da autorização de novos gastos públicos no Congresso. Com a paralisação, mais de 700 mil servidores entram em licença não remunerada, afetando a prestação de serviços públicos. A oposição republicana não aceita ampliar os recursos para cobrir os gastos públicos (que na realidade já haviam se esgotado em maio, sendo possível financiar os gastos excedentes apenas por meio das chamadas resoluções continuadas, que liberam recursos adicionais de curto prazo), e exige, em contrapartida, o adiamento da implementação da reforma do sistema de saúde, aprovada por Obama em seu primeiro mandato, que entraria em vigor em janeiro. Os democratas, minoria na Câmara, rejeitam o acordo e, diante do impasse, o governo entrou em paralisia parcial (shut down, em inglês). O problema pode se agravar, caso nenhum acordo seja alcançado até o dia 17 de outubro, data estipulada pelo secretário do tesouro para ampliação do teto do endividamento público, dado o esgotamento total dos recursos disponíveis.

Comentário: O shut down não é exatamente uma novidade na política americana, tendo ocorrido 17 vezes desde 1976. Porém, não ocorria desde 1995. Em um cenário de recuperação econômica frágil, a falta de acordo, mesmo que por alguns dias, pode abalar fortemente a confiança dos empresários e jogar a economia americana novamente em uma rota de baixo crescimento. A possibilidade de não haver acordo até o dia 17 é baixa, segundo a maior parte dos analistas, mas o grau de radicalização entre democratas e republicanos pode levar a economia americana ao paroxismo. Os efeitos de um eventual shut down completo da economia americana, decorrente da não ampliação do teto de endividamento, podem ser catastróficos sobre a economia mundial, dado o não pagamento dos juros sobre a dívida americana, detida por investidores do mundo inteiro e considerada um título sem risco.
Análise: Guilherme Mello, Economista
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