Apresentando-se como um avião com capacidade de boa decolagem, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin apresenta fuselagem avariada, desde que o jornal Folha de S.Paulo divulgou, no domingo 26 de março, que o banco estadual Nossa Caixa, por ordem do próprio governo do estado, brindou veículos de comunicação de políticos aliados com publicidade oficial.


Apresentando-se como um avião com capacidade de boa decolagem, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin apresenta fuselagem avariada, desde que o jornal Folha de S.Paulo divulgou, no domingo 26 de março, que o banco estadual Nossa Caixa, por ordem do próprio governo do estado, brindou veículos de comunicação de políticos aliados com publicidade oficial.

Contra Geraldo Alckmin pesam ainda, na Assembléia Legislativa de São Paulo, 69 pedidos de Comissão Parlamentar de Inquérito para o seu governo. Todas têm o número regulamentar de assinaturas necessárias para funcionar. Mas a base que apóia o ex-governador do Estado vem obstruindo sistematicamente a instalação desde 2003.

Uma das CPIs que a bancada do PSDB obstrui prevê a investigação da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor (Febem), um dos grandes problemas da administração tucana no estado. Nos últimos três anos foram registradas 27 mortes de jovens internos nas Unidades da Febem. As denúncias de tortura e maus tratos são constantes, envolvendo milhares de jovens vítimas. A ausência de respostas legais adequadas para punição dos culpados colabora para que se tenha um cenário de violência generalizada, institucional e sistemática.

Vale ainda destacar que, após o anúncio da candidatura de Geraldo Alckmin até hoje, falou-se de tudo. Mas um episódio teve grande destaque na mídia. As cerca de 40 peças de roupas, que dizem ter sido 400 na realidade, doadas por um estilista à ex-primeira-dama Lu Alckmin. A comparação com Imelda Marcos é inevitável. Primeira-dama das Filipinas, entre 1965 e 1986, Imelda ficou conhecida por sua coleção de três mil pares de sapatos.

O ex-governador tem gastado um bom tempo de sua recém-iniciada campanha a dar explicações, consideradas por muitos analistas como incompletas e frágeis. O desempenho de Geraldo Alckmin tem gerado boatos de que nas hostes tucanas já há pressão para que o prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), troque a candidatura ao governo paulista pela disputa ao Palácio do Planalto. Pouco provável que aconteça.

Geraldo Alckmin teve revelada pela revista Época a sua estreita ligação com a instituição católica ultra-conservadora Opus Dei. O ex-governador, que se autoproclama um administrador, pragmático, de muita ação e pouca retórica, é apoiado por economistas do PSDB, que apregoam a necessidade de um ‘choque de capitalismo’ no país, supostamente para colocar em prática os princípios da eficiência e do combate ao desperdício do Estado, com o ajuste das contas públicas. No âmbito internacional, uma eventual eleição de Alckmin pode marcar a reversão do ciclo de vitórias das forças de esquerda e progressistas na América Latina e retomada da Alca.

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