Matheus Tancredo Toledo

A mais recente pesquisa da Quaest, em parceria com o banco Genial, trouxe dados sobre a avaliação do governo Lula em quatro estados da federação: São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Paraná. O levantamento, feito entre os dias 4 e 7 de abril, buscou também medir a popularidade dos governadores dos quatro estados.

Análise: Quaest traz dados sobre popularidade dos governos em quatro estados

Os números revelam uma variação significativa na aprovação entre os estados brasileiros. Quando a pergunta permite somente aprovar ou desaprovar, a aprovação geral do governo federal no Brasil é de 51%, e mantém-se em patamar semelhante nos estados de Minas Gerais (52%), São Paulo (50%) e Goiás (49%) – o Paraná apresenta o índice mais baixo, com 44%. Isso indica uma estabilidade geral na percepção do governo em nível nacional, com a maioria dos estados oscilando em torno dessa média. Do ponto de vista da reprovação, que nacionalmente é de 46%, Minas Gerais (47%) e São Paulo (48%) se aproximam desse patamar, enquanto Goiás (50%) e Paraná (54%) se distanciam.

Quando perguntados sobre a avaliação do governo em uma escala mais ampla (que inclui ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo), os números são semelhantes: no Brasil, 35% consideram o governo ótimo ou bom, patamar semelhante ao de Minas Gerais (34%), São Paulo e Goiás (32%, cada) e mais distante do Paraná (30%). Já a reprovação (soma de ruim e péssimo) é de 34% nacionalmente, 35% em Minas Gerais, 37% em São Paulo, 40% em Goiás e 41% no Paraná.

Os quatro estados não foram selecionados pela Quaest para esse estudo de forma aleatória. Cada um dos quatro é governados por quadros da extrema-direita com potencial (maior ou menor, a depender do nome) de postular a condição de representante bolsonarista na política nacional após a inelegibilidade de Jair Bolsonaro nos próximos dois pleitos nacionais – os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos – SP), Romeu Zema (NOVO-MG), Ronaldo Caiado (União Brasil – GO) e Ratinho Junior (PSD-PR). O governo de São Paulo é aprovado por 62% e reprovado por 29%, enquanto o de Minas Gerais alcança o mesmo número de aprovação, mas 31% de reprovação. O governo de Ratinho Junior alcança 79% de aprovação (17% de reprovação), enquanto o de Caiado tem 86% e 12%, respectivamente.

Os dados da Quaest, sem série histórica para comparação, não permitem uma análise que trace evoluções e tendências do ponto de vista temporal (se a popularidade melhorou ou piorou, por exemplo) – trabalho que o NOPPE (Núcleo de Opinião Pública, Pesquisas e Estudos) prioriza para compreender a opinião dos brasileiros. A comparação possível, com os dados eleitorais de 2022, demonstra que embora três (SP, GO, PR) dos quatro estados tenham tido votação majoritária a favor de Bolsonaro no pleito de 2022, o saldo para o governo federal parece ser mais positivo neste momento do que o daquela eleição. Ainda que avaliação de governo e voto sejam variáveis que se relacionam, mas não determinam uma à outra e que cautela deva ser adotada ao comparar os votos válidos daquela eleição com as porcentagem de avaliação da população sobre os governos, torna-se ilustrativo o saldo positivo em todos os estados, como ilustra o exemplo do Paraná: em 2022, Bolsonaro teve 62% dos votos válidos contra 38% de Lula no primeiro – um número menor que sua aprovação hoje.